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Estudante que esfaqueou colega da UFMG continua em liberdade

Especial para o UOL Notícias<br>Em Belo Horizonte (MG)

23/03/2011 21h03

Continua em liberdade o estudante de medicina da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) Vitor Guilherme Ribeiro, 22 anos, acusado de esfaquear uma colega na noite do último sábado (19), em Belo Horizonte. A Justiça recebeu o pedido de prisão temporária do rapaz, mas ainda não o deferiu.

A expectativa é que a decisão seja proferida nesta quinta-feira (24). A delegada que investiga o caso, Daniele Aguiar Carvalho, acredita que o acusado vá responder ao processo em liberdade, já que ele não tem antecedentes e não houve flagrante.

O crime aconteceu na porta da casa vítima, no bairro Salgado Filho, zona oeste da capital mineira, depois que o agressor viu a Maria Luiza Costa Pinto, 21 anos, acompanhada de outro rapaz em uma festa da faculdade. Em depoimento à polícia, Vítor Guilherme admitiu o crime e afirmou que o fez "por amor". Os dois nunca tiveram relacionamento amoroso, mas o estudante informou que era apaixonado pela vítima e que se sentia rejeitado. 

Na tarde dessa terça-feira, Vítor Guilhereme se apresentou à Polícia Civil, acompanhado do tio e advogado dele, José Rattes de Carvalho. Na saída da 2ª Delegacia Distrital Sul, o advogado informou que, logo depois do crime, o rapaz passou por vários lugares até chegar à cidade onde a família vive, Abaeté, a 203 quilômetros da capital mineira.

Ele se apresentou depois de ter sido orientado por parentes. Segundo o advogado, Vítor Guilherme é um rapaz "exemplar, dedicado aos estudos".

Segundo informações do pai da estudante atacada, Aílton Antônio Pinto, de 58 anos, ela já deixou o Centro de Terapia Intensiva (CTI) e passa bem. Maria Luiza Costa Pinto passou por cirurgia para retirada de vesícula e reparação de pulmões, fígado e rins. 

Garagem

O ataque aconteceu na noite de sábado, depois que Aílton foi ao local da festa buscar a filha. O agressor seguiu os dois de carro até o prédio onde a família mora. Vitor Guilherme aproveitou o momento em que o portão eletrônico da garagem se abria para entrar. Ele atacou a estudante depois que a moça saiu do carro para deixar o pai manobrar o veículo.

Ele desferiu 11 facadas contra a moça, atingindo as costas, a cabeça, o pulso e o tórax. Ao perceber a movimentação, o pai saiu do carro e entrou em luta corporal com o agressor, mas acabou derrubado e agredido.  Em seguida, o rapaz fugiu.

Na tarde desta quarta-feira, a delegada Daniele Aguiar Carvalho, que investiga o caso, ouviu informalmente o depoimento de Maria Luiza Costa Pinto na enfermaria do hospital Pronto-Socorro João XXIII, onde está internada.

À delegada contou que, no momento do ataque, não viu o jovem na festa e não chegou a reconhecer o rapaz, mas que o pai conseguiu identificá-lo. Segundo a estudante, Vitor Guilherme já  havia demonstrado várias vezes interesse nela, mas que não chegou a ser agressivo.