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Alckmin admite que Metrô de São Paulo deveria ter o dobro do tamanho atual

Janaina Garcia

Do UOL Notícias <br> Em São Paulo

28/03/2011 11h50Atualizada em 28/03/2011 20h05

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, afirmou nesta segunda-feira (28) que seria necessário “no mínimo o dobro” dos atuais 70,9 km da malha metroviária da capital para suportar a demanda. Alckmin falou sobre o assunto na inauguração da estação Butantã da linha 4-amarela (zona oeste), a qual demorou pouco mais de seis anos para ser concluída.

De acordo com o governador, a estação Pinheiros, também da linha 4, será entregue em 45 a 60 dias, e, em junho, a integração dela mais as estações já existentes --Paulista, Faria Lima e Butantã --com a linha 9 da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) possibilitarão a expansão do horário de operação das 4h40 à 0h. Atualmente elas operam apenas entre as 8h e as 15h.

“Admitimos que o ideal é o dobro disso, no mínimo”, declarou Alckmin em relação à atual disponibilidade de malha metroviária. “Mas o sistema será ampliado com mais cinco estações da linha amarela, já licitadas, e, em 20 dias, queremos começar a licitação para as obras da linha 5 do metrô. Já as ações pelo certame da linha 6 estão em fase de pré-qualificação", disse o governador.

Cronograma

Até o final do ano, o governo garantiu que serão entregues as estações Luz, na integração com o percurso norte/sul, e República, que integrará o circuito leste/oeste. As demais linhas --São Paulo-Morumbi, Mackenzie-Higienópolis, Vila Sônia, Fradique Coutinho e Oscar Freire --têm conclusão prevista para até 2014. Quando as 11 estações estiverem prontas, a estimativa é que elas transportem cerca de 900 mil passageiros/dia.

"A linha 4 é a da integração, e dentro do conceito de transporte metropolitano queremos fazer uma PPP (parceria público-privada) para estendê-la, a partir da futura estação Vila Sônia, até o município de Taboão da Serra; à parte disso, estudamos parceria com a Prefeitura de São Paulo para que a linha 2-verde, em Vila Prudente, chegue até Cidade Tiradentes", definiu o governador.

Primeira viagem

A primeira viagem dos trens da Butantã foi reservada a autoridades, convidados e profissionais de imprensa. Ao todo, o trajeto até a estação Paulista, sem imprevistos, dura sete minutos. Em coletiva na estação Paulista,  no entanto, Alckmin preferiu não se posicionar sobre as críticas de que as obras demoraram e de que o transporte é caro --desde fevereiro deste ano, a tarifa está em R$ 2,90.

“Se custa caro? É R$ 2,90 mas tem gratuidade a idosos, desempregados, pessoas com deficiência ou em tratamento médico, além de estudantes pagarem metade e de haver integração com ônibus. E não é uma obra barata de se fazer”, resumiu. “Em todo o Brasil são 2,1 bilhões de passageiros de trem e metrô, só em São Paulo temos 67% dessa demanda”, completou.

Já Serra, em cujo governo tiveram início as obras da linha 4 foram começadas ou continuadas, falou rapidamente sobre o assunto. “Acredito que dá para esperar para este ano (as estações prometidas pelo Estado), mas confesso que não estou super por dentro do assunto”, encerrou.

Protesto

Um pequeno grupo de manifestantes, formado por sindicalistas, estudantes e trabalhadores, protestou durante a inauguração da estação Butantã. Veja fotos aqui.

Segurando faixas e cartazes com mensagens como “R$3 é roubo!”, os manifestantes fizeram bastante barulho durante discurso do prefeito Gilberto Kassab na cerimônia e voltaram a criticar o aumento da tarifa do transporte público na cidade. Entre os gritos, os de "Trabalho, estudo, dou duro o dia inteiro. Kassab anda de carro e ainda rouba o meu dinheiro" e "chega de aumento para deputados e para o povo só ônibus lotado".

O grupo criticou ainda a realização de PPPs em obras do metrô de São Paulo, como a que foi realizada na linha amarela. "Chega de privatização", gritaram. 

A nova estação, cuja abertura promete uma economia de tempo de 23 minutos nos deslocamentos do cidadão entre as avenidas Vital Brasil e Paulista, conforme tempo de viagem calculado pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) a partir de velocidade média do trânsito nos horários de pico, 17 km/h.

Anexo à nova estação vai funcionar um terminal urbano de ônibus para linhas municipais e intermunicipais --duas delas, a partir de hoje, reservadas ao trajeto até o campus da USP (Universidade de São Paulo), na vizinhança.

Em entrevista ao UOL Notícias, semana passada, o presidente do Metrô-SP, Sérgio Avelleda, havia confirmado para “ainda este semestre” a estação Pinheiros. Com essa abertura, pelos cálculos da ViaQuatro, a estimativa é que 240 mil passageiros/dia passem pelo trajeto em operação.

Mapa da linha-4 amarela do metrô