Pinça cirúrgica fica em barriga de mulher durante dois anos no interior de SP
![Pinça cirúrgica de 18 centímetros ficou "esquecida" por dois anos dentro da barriga de uma dona de casa em Araraquara (interior de SP). - Reprodução](https://n.i.uol.com.br/noticia/2011/04/01/pinca-cirurgica-de-18-centimetros-ficou-esquecida-por-dois-anos-dentro-da-barriga-de-uma-dona-de-casa-em-araraquara-interior-de-sp-1301674087427_300x300.jpg)
Uma pinça cirúrgica de 18 centímetros ficou “esquecida” por dois anos dentro da barriga de uma dona de casa em Araraquara (273 km a noroeste de São Paulo). A mulher, que tem 49 anos e pede para não ter o nome divulgado, descobriu o objeto depois de sentir dores e passar por um exame de raio-X, em 31 de dezembro.
A pinça foi retirada do abdome da dona de casa três dias depois, pelo médico Leonardo Alberto Cunha, o mesmo que fez a cirurgia, em novembro de 2008, para a extração de um tumor num dos ovários da paciente. Ele se recusa a comentar o caso.
O marido da dona de casa, Edson França, afirmou que será ajuizada uma ação contra o médico e o Hospital Beneficência Portuguesa, onde foi feita a operação. “O médico diz que o mais importante foi ter salvado a vida dela de um câncer. Mas isso não tem nada a ver. Ele foi pago, então deveria ter feito o trabalho direito”, disse marido.
O hospital divulgou nota na qual afirma lamentar o ocorrido e estar “plenamente seguro” de suas responsabilidades. “Tem a instituição, pela sua existência centenária, o dever de buscar explicações e exigir que os médicos que supostamente tenham cometido tais deslizes se manifestem.”
Ainda de acordo com o comunicado, o prontuário da paciente foi encaminhado ao Conselho Regional de Medicina (CRM) para que analise a conduta profissional do médico e de seu auxiliar, o também médico Alexandre Gonçalves de Ângelo, que também não se manifesta sobre o caso.
A assessoria de imprensa do CRM informou hoje (sexta 01) que foi aberta uma sindicância para apurar as responsabilidades. Uma vez concluída a sindicância, cujo prazo de duração, em média, tem sido de cinco meses, poderá ser aberto ou não processo ético contra os profissionais envolvidos.
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