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Pinça cirúrgica fica em barriga de mulher durante dois anos no interior de SP

Pinça cirúrgica de 18 centímetros ficou "esquecida" por dois anos dentro da barriga de uma dona de casa em Araraquara (interior de SP).  - Reprodução
Pinça cirúrgica de 18 centímetros ficou "esquecida" por dois anos dentro da barriga de uma dona de casa em Araraquara (interior de SP). Imagem: Reprodução

José Bonato

Especial para o UOL Notícias<br>Em Ribeirão Preto

01/04/2011 12h46Atualizada em 01/04/2011 12h46

Uma pinça cirúrgica de 18 centímetros ficou “esquecida” por dois anos dentro da barriga de uma dona de casa em Araraquara (273 km a noroeste de São Paulo). A mulher, que tem 49 anos e pede para não ter o nome divulgado, descobriu o objeto depois de sentir dores e passar por um exame de raio-X, em 31 de dezembro.

A pinça foi retirada do abdome da dona de casa três dias depois, pelo médico Leonardo Alberto Cunha, o mesmo que fez a cirurgia, em novembro de 2008, para a extração de um tumor num dos ovários da paciente. Ele se recusa a comentar o caso.

O marido da dona de casa, Edson França, afirmou que será ajuizada uma ação contra o médico e o Hospital Beneficência Portuguesa, onde foi feita a operação. “O médico diz que o mais importante foi ter salvado a vida dela de um câncer. Mas isso não tem nada a ver. Ele foi pago, então deveria ter feito o trabalho direito”, disse marido.

O hospital divulgou nota na qual afirma lamentar o ocorrido e estar “plenamente seguro” de suas responsabilidades. “Tem a instituição, pela sua existência centenária, o dever de buscar explicações e exigir que os médicos que supostamente tenham cometido tais deslizes se manifestem.”

Ainda de acordo com o comunicado, o prontuário da paciente foi encaminhado ao Conselho Regional de Medicina (CRM) para que analise a conduta profissional do médico e de seu auxiliar, o também médico Alexandre Gonçalves de Ângelo, que também não se manifesta sobre o caso.

A assessoria de imprensa do CRM informou hoje (sexta 01) que foi aberta uma sindicância para apurar as responsabilidades. Uma vez concluída a sindicância, cujo prazo de duração, em média, tem sido de cinco meses, poderá ser aberto ou não processo ético contra os profissionais envolvidos.