Aluna se fingiu de morta antes de levar tiro mortal, diz família
Karine Lorraine, 14 anos, se jogou no chão quando vieram os primeiros disparos. Fingiu-se de morta até que a situação ficasse mais calma. Quando levantou a cabeça para ver o que estava acontecendo, levou um tiro mortal na testa, disparado por Wellington Menezes de Oliveira, 23, um ex-aluno que na manhã desta quinta-feira (7) voltou à escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na zona oeste do Rio, para cometer o massacre. O atirador invadiu o local com dois revólveres e matou doze alunos --dez meninas e dois meninos-- que cursavam a oitava série.
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Até a madrugada desta sexta-feira (8), a mãe da menina, Sheila, que mora em Seropédica, na região metropolitana do Rio, ainda não tinha sido informada pelos parentes da morte da filha. O celular dela passou o dia todo fora de área. Karine morava com a avó, Nilza da Cruz, 63, que a criou desde pequena, e costumava passar as férias com a mãe na região de Itajaí. Quando falou com a reportagem do UOL Notícias, já tarde da noite, Nilza estava extremamente abatida. Fazia apenas algumas horas que ela tinha reconhecido a neta na tela do computador do Hospital Albert Schweitzer, para onde foram levadas inicialmente as vítimas.
A história da morte da menina foi contada à família por um colega de classe, que se fingiu de morto ao lado dela. "Um horror", disse a tia Ana Paula Sampaio dos Santos.
A família, no entanto, lembra com serenidade de Karine. Contam que ela era uma menina calma e quieta, "mal falava". Na foto do celular da tia, ela aparece sorrindo e tímida, apesar da pose comum às meninas vaidosas da sua idade.
Mudança de colégio
Segundo a tia, a estudante, que estava há três anos na escola pública, chegou a pedir para mudar para um colégio particular, mas a família não podia bancar. "E ela morreu justo agora que estava empolgada com a escola, porque estava fazendo atletismo", lamenta Ana Paula.
O professor e sua turma de atletismo vão prestar uma homenagem à garota durante o enterro desta sexta-feira (8), no Jardim da Saudade.
"O que acalma a gente é saber que ela vai se manter viva em outra pessoa. Isso é muito bonito e nos ajuda a enfrentar tudo isso", explicou a tia. A família doou as córneas de Karine e agora espera conhecer a pessoa que será beneficiada pelos órgãos. "A gente nunca espera passar por isso, mas essa foi a melhor decisão", disse.
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