Representante das Testemunhas de Jeová nega que atirador fosse da comunidade religiosa
Do UOL Notícias
Em São Paulo
09/04/2011 20h56
Imagens mostram atirador e crianças fugindo
-
Clique para acessar conteúdo externo
Crianças fogem desesperadas de escola -
Clique para acessar conteúdo externo
Vídeo reconstitui ação de atirador dentro de escola -
Clique para acessar conteúdo externo
Atirador pede perdão; policial vê dever cumprido -
Clique para acessar conteúdo externo
Crianças foram socorridas por pessoas na rua -
Clique para acessar conteúdo externo
Testemunhas falam sobre massacre em escola -
Clique para acessar conteúdo externo
Sargento da PM relata momentos dentro da escola -
Clique para acessar conteúdo externo
Merendeira: "Parecia que a escola estava caindo" -
Clique para acessar conteúdo externo
"Era um cenário de guerra", diz pai de aluno -
Clique para acessar conteúdo externo
"Ele não tinha amigos", diz irmã do atirador
Um representante das Testemunhas de Jeová desmentiu neste sábado (9) que Wellington Menezes de Oliveira, 24, autor do massacre de 12 estudantes em Realengo, no Rio de Janeiro (RJ), participasse da comunidade e seguisse a religião. A nota de esclarecimento, obtida com exclusividade pelo UOL Notícias, deve ser divulgada em breve pela entidade.
De acordo com o texto, assinado por Antônio Marcos Oliveira, representante das Testemunhas de Jeová, apesar de a mãe adotiva de Oliveira, Dilcéia Menezes Pereira, frequentar o culto, o atirador não seguiu a sua religião.
Veja também
O texto prossegue afirmando que o comportamento de Oliveira -- “introvertido e recluso” --, além da carta de despedida deixada por ele, indicavam “sério desequilíbrio mental”, que não condizem com a maneira de proceder de um membro da religião das Testemunhas de Jeová.
Veja a seguir a íntegra da carta:
"Em razão da lamentável tragédia ocorrida na última quinta-feira na Escola Municipal Tasso da Silveira, no bairro de Realengo no Rio de Janeiro, as Testemunhas de Jeová vêm a público para expressar sua solidariedade às famílias das vítimas, juntando-se a elas em seu luto e indignação, para esclarecer à opinião pública que o atirador Wellington Menezes de Oliveira não era Testemunha de Jeová. Embora sua mãe de criação, já falecida, fosse Testemunha de Jeová, Wellington, porém – como já veiculado pela imprensa – não seguiu a religião de sua mãe, tendo demonstrado tanto pelo seu comportamento introvertido, recluso, como pelo teor de sua carta de despedida, que sua maneira de agir indicava sério desequilíbrio mental, nada tendo a ver com o proceder de um membro da religião das Testemunhas de Jeová.
Testemunhas de Jeová são cristãs – elas amam a vida e as pessoas em geral. Seu estudo regular da Bíblia as move a buscar maneiras de fazer o bem, a seus familiares, a seus amigos e a todos os seus semelhantes. Portanto, reiteramos que o homem que cometeu os crimes bárbaros na escola municipal Tasso da Silveira não era membro da religião das Testemunhas de Jeová.
Esperamos que esta declaração seja suficiente para dirimir qualquer dúvida sobre esse assunto."
Atenciosamente,
Antônio Marcos Oliveira
Superintendente do Circuito RJ-07
Representante das Testemunhas de Jeová
LEIA MAIS
Mortos tinham entre 12 e 15 anos; veja perfis
- Atirador deixou carta orientando seu enterro
- Escola municipal Tasso da Silveira tem 800 alunos; maioria tem entre 7 e 14 anos
- Os piores ataques a escolas no mundo nos últimos cinco anos com mortos
- Tiroteio em escola do Rio vira "massacre de Columbine" brasileiro na internet
- Entenda como foi o crime
Entenda o caso
Na quinta-feira (7), por volta de 8h30, Wellington Menezes de Oliveira entrou na escola Tasso da Silveira, em Realengo, dizendo que iria apresentar uma palestra. Já na sala de aula, o jovem de 24 anos sacou a arma e começou a ameaçar os estudantes.
Segundo testemunhas, o ex-aluno da escola queria matar apenas as virgens. Wellington deixou uma carta com teor religioso, onde orienta como quer ser enterrado e deixa sua casa para associação de proteção de animais.
O ataque, sem precedentes na história do Brasil, foi interrompido após um sargento da polícia, avisado por um estudante que conseguiu fugir da escola, balear Wellington na perna. De acordo com a polícia, o atirador se suicidou com um tiro na cabeça após ser atingido. Wellington portava duas armas e um cinturão com muita munição.
Doze estudantes morreram --dez meninas e dois meninos-- e outros 13 ficaram feridos no ataque.
Na sexta (8), 11 vítimas foram sepultadas nos cemitérios da Saudade, Murundu e Santa Cruz. Já no sábado pela manhã, o corpo de Ana Carolina Pacheco da Silva, 13, o último a deixar o Instituto Médico Legal (IML), foi cremado no crematório do Carmo, no centro do Rio.