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Empresário é preso em Belo Horizonte sob acusação de falsificar medicamentos

Rayder Bragon<br>Especial para o UOL Notícias<br>Em Belo Horizonte

12/04/2011 10h42

 

Um empresário do setor farmacêutico foi preso na manhã desta terça-feira (12), em Belo Horizonte, capital mineira, sob acusação de falsificar e adulterar medicamentos que eram fornecidos a hospitais públicos de Minas Gerais e de outros Estados do país.

A operação intitulada “Panacéia” contou com a participação de policiais militares e civis, técnicos do Ministério da Justiça e da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e da secretaria de Estado da Fazenda. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em residências na sede do grupo farmacêutico comandado pelo empresário.

No momento da prisão, que ocorreu no apartamento do suspeito, um imóvel avaliado em R$ 6 milhões e localizado em bairro nobre de Belo Horizonte, a polícia encontrou grande quantia de moeda estrangeira (euro e dólar) e um revólver.

Segundo o Ministério Público de Minas Gerais, Ildeu de Oliveira Magalhães, presidente do laboratório Hipolabor, localizado na região metropolitana de Belo Horizonte, é acusado de formação de cartel para vencer licitações.

Ainda de acordo com o órgão, as investigações tiveram início há um ano, em decorrência de cinco mortes de pacientes que teriam utilizado medicamentos fabricados pela empresa. As vítimas eram da cidade de Santa Luzia, município da região metropolitana de Belo Horizonte, e uma do Estado do Espírito Santo.

De acordo com o promotor Christiano Leonardo Gonzaga Gomes, da comarca de Sabará, além da falsificação de remédios, Magalhães poderá ser acusado de tráfico de influência, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, corrupção e falsificação, conforme o MP. Durante a operação, também foi preso o farmacêutico Renato Alves Silva, sócio do empresário. 

“Ele não só ganhava licitações de forma fraudulenta como sonegava impostos também. Ele lavava dinheiro comprando carros importados e aviões”, disse o promotor.

Os dois foram encaminhados para o Ceresp Gameleira (Centro de Remanejamento Provisório de Presos). Segundo o promotor, a participação de agentes públicos no esquema fraudulento está sendo investigada.