Polícia faz acareação entre ex-namorada e suspeito de matar irmãs em Cunha (SP); depoimentos têm contradições
A principal testemunha da morte das irmãs Josely Oliveira, 16, e Juliana Oliveira, 15, em Cunha (231 km de São Paulo), a enfermeira Maria José S., 50 anos, ex-namorada do suspeito do crime, fará acareação nesta sexta-feira (15) com Ananias dos Santos, 27 anos, que assumiu ser autor da morte das adolescentes. Antes da acareação, Maria José prestará o quarto depoimento na tarde desta sexta-feira (15) para a Polícia Civil da cidade, responsável pelo inquérito. A informação é do delegado titular e responsável pelas investigações, Marcelo Cavalcante.
Anteontem, a polícia ouviu o irmão do acusado, o servente Isaías dos Santos, 32, e uma amiga de Maria José, que teve o nome mantido sob sigilo. “Levantamos informações importantes para o inquérito. O irmão disse que mantinha contato com ele, mas ficou em silêncio quando foi questionado se sabia da morte das irmãs. Ele estava muito nervoso e lamentou a situação do irmão”, disse.
Pontos contraditórios
Segundo Cavalcante, alguns pontos nos três primeiros depoimentos de Maria José contradizem as declarações de Ananias. “Há necessidade da testemunha em explicar melhor alguns detalhes do relacionamento que mantinha com o acusado. Se não chegarmos a uma conclusão, a acareação será feita entre os dois.”
A acareação deve esclarecer alguns pontos dos relatos de ambos. “Muitos detalhes estão obscuros e precisam ser melhores explicados por Ananias e Maria José, que omitiu a informação de que Ananias contou a ela onde estavam os corpos das vítimas. Ele está na Delegacia de Guará e permanecerá lá até a conclusão das investigações”, afirmou.
A Polícia de Paraty (RJ) também interrogará Ananias dos Santos sobre a suspeita de ter cometido o assassinato de um casal na cidade, onde o suspeito se escondeu após ter fugido do Pemano (Centro de Progressão Penitenciária Dr. Edgard Magalhães Noronha), de Tremembé, em março de 2009, durante saída temporária de Páscoa.O advogado do acusado, João Batista Ayrosa Rangel, que se apresentou ontem à polícia alega que Ananias foi coagido a confessar o duplo homicídio após ser preso na madrugada da última segunda-feira (11), na casa de uma irmã, em Cunha.
A polícia finaliza os detalhes da reconstituição do crime para a próxima semana. Para isso, a estrutura será finalizada hoje junto a Delegacia Seccional de Guaratinguetá, a Polícia Militar e o Instituto Criminalístico de São Paulo. A data ainda não foi definida.
Josely e Juliana, as irmãs assassinadas em Cunha
O crime
As irmãs desapareceram no dia 23 de março e os corpos foram localizados no último dia 28, num matagal a sete quilômetros de onde as estudantes foram vistas pela última vez. Elas foram mortas a tiros: Juliana morreu com quatro tiros e Josely com um tiro no peito e outro na cabeça. Os corpos também tinham sinais de violência. Exames apontaram que ambas não sofreram violência sexual.
Santos, que chegou a entrar na lista dos 25 criminosos mais procurados do Estado de São Paulo, é condenado por roubo, porte ilegal de armas, formação de quadrilha e constrangimento ilegal em Lorena e Cachoeira Paulista, entre 2002 e 2003.
Foragido do Pemano (Centro de Progressão Penitenciária Dr. Edgard Magalhães Noronha), de Tremembé, desde março de 2009, quando recebeu permissão para saída temporária de Páscoa, Ananias era considerado o principal suspeito pela morte das adolescentes.
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