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Marcha da Maconha inicia série de 17 protestos pelas principais cidades do país

Guilherme Balza

Do UOL Notícias <BR> Em São Paulo

07/05/2011 07h10

Marchas da maconha pelo país

DataCidadeLocalHora
07.maiRio de JaneiroJardim de Alah14h
07.maiVitóriaUfes14h
07.maiBelo HorizontePraça da Estação15h30
08.maiAtibaia (SP)C. Conv. Victor Brecheret15h
15.maiNiterói (RJ)Praia de Icaraí14h
21.maiSão PauloMasp14h
22.maiCuritibaSanto Andrade15h
22.maiJundiaí (SP)Estação de Trem14h
22.maiPorto AlegreParque da Redenção15h
22.maiRecifeRecife Antigo - Torre Malakof14h
28.maiCampinas (SP)Largo do Rosário13h
28.maiFlorianópolisTrapiche - Av. Beira Mar16h
28.maiFortalezaPraça da Bandeira (Dq. de Caxias)14h
28.maiNatalLargo do Bar Astral (Pta. Negra)14h
28.maiSalvadorCampo Grande14h20
3.junBrasíliaCatedral14h
25.junRio das Ostras (RJ)Concha Acústica/Praça São Pedro 


O Coletivo Marcha da Maconha, que defende a legalização e a regulamentação da produção, comércio e consumo da erva, inicia neste sábado (7) uma série de manifestações nas principais cidades brasileiras. Hoje, as marchas serão realizadas no Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Vitória. Até 25 de junho, outras 14 cidades receberão manifestações. A expectativa do coletivo é reunir 20 mil pessoas em todos os atos.

“Nossa principal proposta é a regulamentação de todo o ciclo da maconha --plantio, comércio e uso. É trazer para a lei o que não é lei. Queremos que seja delimitada a quantidade que se pode plantar, o tipo de venda, quando e em quais quantidades consumir e, dessa forma, tornar a substância segura. O que traz a violência e os malefícios para os usuários é a proibição”, diz o cientista social Marco Magri, 25, integrante da marcha desde 2008.

Segundo ele, manifestações isoladas e desarticuladas pela legalização da maconha ocorrem no Brasil desde a década de 80. Foi só a partir de 2007, quando houve uma passeata no Rio de Janeiro, que o coletivo passou a realizar manifestações mais organizadas. De lá para cá, o número de atos cresceu: em 2008 foram quatro; em 2009, nove; e, no ano passado, 12. A divulgação dos atos é feita sobretudo pela internet, em redes sociais.

Magri e o coletivo defendem a legalização para reduzir as mortes decorrentes do tráfico de drogas. “A guerra das drogas causa a morte de pessoas inocentes, de policiais honestos, gera a corrupção. É decadente. Precisamos pensar nas alternativas. A legalização é um tabu e sempre vai gerar controvérsias”, diz.

Marcha x Justiça

Em anos anteriores, a Justiça proibiu a realização de algumas marchas em São Paulo e outras cidades do país, argumentando que o ato faz apologia à droga. De acordo com Magri, nesse ano ainda nenhuma manifestação foi proibida, mas o Ministério Público do Espírito Santo tenta barrar a marcha de Vitória.

Em São Paulo, a Justiça concedeu habeas corpus para alguns manifestantes, e, no Rio, a marcha foi autorizada. “Se a Justiça considerar apologia, não faremos a marcha. Não há enfrentamento da decisão judicial”, diz o ativista. No STF (Supremo Tribunal Federal), há na pauta de julgamentos duas ações da Procuradoria-Geral da República pedindo para que a marcha seja considerada um ato legítimo.

De acordo com Magri, o coletivo não autoriza ou incentiva o uso de maconha durante as passeatas. “Não é um espaço de livre-consumo”, diz.