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Corpo de Bombeiros encontra oitavo corpo em lago de Brasília

Maurício Savarese<br>Do UOL Notícias

Em Brasília

24/05/2011 17h06Atualizada em 24/05/2011 18h41

O Corpo de Bombeiros localizou por volta de 18h30 desta terça-feira (24) a oitava vítima do naufrágio do barco "Imagination" no lago Paranoá, em Brasília. O corpo ainda não foi identificado.

Por volta de 17h, o sétimo corpo havia sido retirado. A vítima, identificada pelo marido, é Waldelice Fernandes da Rocha, mãe do bebê que também morreu no acidente. O corpo foi localizado a cerca de 150 metros do local onde está o barco. Pelo menos uma pessoa continua desaparecida.

O barco, que transportava mais de cem pessoas, virou na noite de domingo (22). As buscas foram retomadas às 6h desta manhã e continuam até por volta das 18h30 de hoje.

A Polícia Civil acredita que uma avaria --que se agravou para uma rachadura-- pode ter sido a causa central para o acidente.

A embarcação tinha licença para operar com 90 passageiros e dois tripulantes, mas o Corpo de Bombeiros diz que pelo menos 104 pessoas estavam a bordo.

Sexta vítima

Durante a manhã, o Corpo de Bombeiros localizou a sexta vítima do naufrágio do barco "Imagination". Trata-se de um homem que estava a 100 metros de distância da embarcação. Mais cedo, foi encontrado um outro homem, ainda não identificado, que foi removido do fundo do lago.

Mais cedo, a Polícia Civil do Distrito Federal divulgou uma lista parcial das vítimas do naufrágio no lago Paranoá, em Brasília.

Segundo o órgão, deram entrada no Instituto de Medicina Legal (IML): João Antônio Fernandes Rocha, Flávia Daniela Pereira Dornel, Ester Araújo de Oliveira e Vicente Carneiro de Souza Neto. Dois outros corpos ainda não foram identificados. 

Os corpos de Flávia e Ester já foram retirados pela família.

Não há uma relação oficial de passageiros da embarcação, que tinha capacidade para 92 pessoas. Os bombeiros afirmaram que pelo menos 104 estavam a bordo, mas havia "penetras" na festa e o cruzamento de dados feito pelas equipes de resgate pode não incluir todos aqueles que estavam presentes no momento do naufrágio. Dentro do barco foi encontrada uma lista, em condições ainda desconhecidas e hoje sob poder da Polícia Civil.

Motivos

Poucas horas depois do acidente, os bombeiros falavam em uma conjunção de fatores para a tragédia: número de passageiros acima do previsto, incapacidade de uma bomba para drenar a água e condições climáticas. No fim do dia, a polícia afirmava que rachaduras na estrutura do barco, encontradas por mergulhadores, podem ter causado o acidente. “Mas no fim só a perícia vai dizer exatamente o que pesou mais”, afirmou o delegado Matos.

A polícia também investiga uma lancha que ajudou no resgate dos naufragados. Sobreviventes do acidente se contradisseram a respeito de um suposto impacto entre as duas embarcações. Matos, no entanto, diz que na outra embarcação não havia nenhum sinal de colisão que desse credibilidade a essa suposição.

O comandante da Marinha Rogério Leite, delegado fluvial de Brasília, afirmou que a embarcação passou por uma vistoria em novembro do ano passado e que nenhuma falha foi detectada. Haveria outra revisão até o fim deste ano. Ele afirmou que uma perícia será feita pela Marinha para produzir um relatório em até três meses. Depois disso, o documento será enviado ao Tribunal Marítimo, que poderá multar ou retirar a licença dos operadores do barco.