Topo

Rio combaterá cracolândias e enviará usuários da droga para tratamento obrigatório

Hanrrikson de Andrade

Especial para o UOL Notícias<br>No Rio de Janeiro

27/05/2011 16h01

Menores usuários de drogas recolhidos no Rio de Janeiro serão obrigados a realizar tratamento contra o vício nos abrigos da prefeitura. A determinação passa a valer a partir da próxima segunda-feira (30) e tem como principal objetivo coibir a expansão das cracolândias pela capital fluminense. Nos últimos dois meses, pelo menos 150 crianças e adolescentes viciados em crack foram retirados das ruas.

Atualmente, a prefeitura do Rio mantém cinco abrigos especializados no tratamento de usuários de drogas em toda a cidade, dos quais apenas um é exclusivo para menores de 8 a 14 anos. Trata-se do centro de recuperação Casa Viva, localizado em Botafogo, zona sul, inaugurado na última terça-feira (24).

Três abrigos estão instalados na zona oeste, dois femininos e um masculino. Já o centro do Rio possui um único centro de recuperação, que atende apenas a mulheres. Segundo a Secretaria de Assistência Social, os cinco espaços oferecem 130 vagas. O número só é considerado suficiente em razão da alta rotatividade.

A prefeitura estima que apenas 30% dos dependentes químicos retirados das ruas permanecem nos abrigos e seguem o tratamento oferecido, que foi elaborado de forma multidisciplinar. Além da fase de desintoxicação e acompanhamento psicológico, os pacientes também têm aulas de educação física, atividades artísticas, entre outros.

Com a nova determinação, o jovem só poderá sair do abrigo quando receber alta da equipe médica - ou se a família provar ao Conselho Tutelar e à Vara da Infância e Juventude que tem tem condições de oferecer a ele tratamento contra o vício. Cada criança e adolescente passará por exames prévios para comprovar a dependência química.

O Ministério Público estabeleceu consenso com a prefeitura do Rio sobre a importância da internação obrigatória, que só se tornou possível a partir de uma nova interpretação do Estatuto da Criança e do Adolescente. Uma vez que o consumo de drogas pode ser fatal, os órgãos públicos têm o dever de oferecer auxílio para os jovens que sejam dependentes químicos.