Metroviários desistem de greve nesta quarta-feira; nova assembleia acontece na quinta
Em uma decisão que rendeu aplausos e xingamentos, representantes do Sindicato dos Metroviários do Estado de São Paulo decidiram retirar, nesta terça-feira (31), a proposta de votação de greve aos trabalhadores do metrô de São Paulo. A medida foi tomada após, em uma prévia da escolha por parte da assembleia –que reúne, nesta noite, pouco mais de 1.200 pessoas na sede da entidade, no Tatuapé (zona leste) –, os sindicalistas apontarem “falta de unidade” entre a categoria.
De acordo com o presidente do sindicato, Altino Prazeres, uma eventual possibilidade de se avançar nas negociações até quinta-feira teria motivado a retirada da proposta de greve. Ele negou que a razão tenha sido decisão proferida hoje à tarde pelo TRT (Tribunal Regional do Trabalho), que, em liminar ao Metrô, determinou 90% da operação do metrô nos horários de pico, em caso de paralisação –e 70% nos demais horários --, sob pena de multa diária de R$ 100 mil ao sindicato a ser revertida a hospitais.
“Achamos que há margem para o governador Geraldo Alckmin negociar, ele tem dinheiro. A multa [proposta pelo TRT, caso a greve afetasse os serviços] neste caso não pesou – e essa decisão judicial, a meu ver, quebra o direito de greve e pode criar um estado de exceção; existem regras e cumprimos as regras”, disse. Cerca de uma hora antes da assembleia, a diretoria do sindicato se reuniu a portas fechadas para definir o que seria levado a votação.
Pouco depois das 20h, os diretores do sindicato anunciaram à assembleia a proposta de reajuste que era encaminhada naquele momento pelo presidente do Metrô, Sérgio Avelleda, por meio de fax à entidade: 8%, ou 0,23% a mais que os 7,77% ofertados durante a tarde.
A equiparação salarial a cargos de mesma função --mas com vencimentos distintos --, no entanto, parece ser o ponto de discórdia não apenas entre os sindicalistas e a empresa, como pelas declarações dos próprios trabalhadores –que vaiaram, muitos, a retirada da votação de greve.
“Eu estava defendendo a greve, pois esses salários que recebemos hoje e essa diferenciação de salários em cargos iguais já são resultado de anos de desmobilização da categoria. Aí o aluguel e as tarifas crescem acima da inflação e o governo quer que a gente fique estagnado? A única saída é a greve mesmo”, defendeu Gabriel Amorin, 23, agente de estação na Chácara Kablin (zona sul).
CPTM e Sabesp
Em assembleias no início da noite desta terça-feira, trabalhadores da Sabesp e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) decidiram entrar em greve a partir de quarta-feira (1º).
De acordo com o Sintaema (Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo), foram feitas cinco rodadas de negociação com a Sabesp. Nesta quarta será realizada uma nova assembleia para avaliar o movimento de greve. A categoria pede aumento de 7,33%, mas foi oferecido 6,39%. Por meio de nota, o sindicato informou que manterá plantões para garantir o abastecimento de água e que os serviços essenciais não serão afetados.
*Com Folha.com
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