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Greve de ferroviários prejudica duas linhas e afeta 400 mil passageiros na Grande São Paulo

Do UOL Notícias<br>Em São Paulo

01/06/2011 08h38

A greve parcial dos ferroviários na capital e na Grande São Paulo afeta cerca de 400 mil passageiros que utilizam, todos os dias, os trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), de acordo com dados da própria CPTM.

Desde as 4h desta quarta-feira (1º), a linha 12 - Safira, que liga Brás, no centro de São Paulo, até Calmon Viana, em Poá, na Grande São Paulo, está totalmente parada. Já a linha 11 - Coral, está inoperante entre a estação Estudantes, em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, e a estação Guaianazes, na zona leste de São Paulo. Neste trecho, foram acionados ônibus por meio do Plano de Apoio entre as Empresas em Situação de Emergência (Paese). Já entre as estações Guaianazes e Luz, os trens circulam normalmente.

Segundo a assessoria de imprensa da CPTM, as linhas 7 - Rubi (Jundiaí - Luz); 8 - Diamante (Júlio Prestes - Itapevi); 9 - Esmeralda (Osasco - Grajaú) e 10 - Turquesa (Luz - Rio Grande da Serra) operam normalmente.

Já o presidente do Sindicato da Zona Sorocabana, Múcio Alexandre Bracarense, afirma que a linha 8 - Diamante (Júlio Prestes - Itapevi) opera apenas com 50% da capacidade e a linha 9 - Esmeralda (Osasco - Grajaú), com 60% dos trens programados para o horário de pico.

O Tribunal Regional do Trabalho determinou que 90% dos trabalhadores da CPTM trabalhem durante o horário de pico (das 5h às 10h e das 16h às 20h) e 70% nos demais horários. O contingente que opera nesta manhã não atinge os 90% do efetivo exigidos pelo TRT para o horário de pico.

A CPTM ofereceu aos funcionários um reajuste salarial de 3,07%, mas a proposta foi rejeitada. Uma nova assembleia foi marcada nesta quarta-feira, às 18h, para debater novo acordo salarial.

Metrô suspende greve

Representantes do Sindicato dos Metroviários do Estado de São Paulo decidiram retirar, na terça-feira (31), a proposta de votação de greve aos trabalhadores do metrô de São Paulo. A medida foi tomada após os sindicalistas apontarem “falta de unidade” entre a categoria, em uma prévia da escolha por parte da assembleia, que reuniu pouco mais de 1.200 pessoas na sede da entidade, no Tatuapé (zona leste). A decisão sobre greve, no entanto, foi adiada para uma nova assembleia - a ser realizada na próxima quinta (2).

Metroviários deixam para quinta-feira decisão sobre greve da categoria

A categoria reivindica reajuste de 10,79% conforme o IGPM. O Metrô apresentou a sugestão de 1,3% de aumento real acrescido ao reajuste de 6,39% sugeridos a partir do cálculo IPC-Fipe --ou seja, aumento de 7,77% sobre os salários atuais.

Há outros pontos da pauta em negociação, tais como vale alimentação que, de atuais R$ 100, a empresa propõe reajuste de 50%. Os funcionários pedem aumento para pouco mais de R$ 311. Em caso de descumprimento da decisão do TRT, frisaram os sindicalistas na assembleia, a multa diária é de R$ 100 mil a ser convertida a hospitais da cidade.

Pouco após as 20h, com a assembleia já em andamento, os representantes do sindicato anunciaram ter recebido, naquele momento, fax remetido pelo presidente do Metrô, Sérgio Avelleda, com nova proposta de reajuste --8%, ou 0,23% a mais que o sugerido anteriormente.

As manifestações foram unânimes: o avanço havia sido ínfimo, insuficiente para barrar eventual decisão de greve. Representantes do sindicato, no entanto, alertaram para os "riscos" de não se aceitar a proposta -- mas foram abafados pelos gritos de greve.

Nota oficial

Em nota publicada na tarde de terça - a última havia sido divulgada na quinta-feira (26) -, o Metrô informou que, além da proposta de reajuste salarial, ofereceu também o reajuste de 50% no vale alimentação mensal --para R$ 150. Já no caso de metroviários que moram fora da cidade de São Paulo, a empresa prometeu auxílio-transporte e, aos demais, a ampliação do auxílio-creche, agora também para filhos com deficiência, sem limite de idade. Outra iniciativa foi a ampliação no tempo da licença maternidade, também proposta de quatro para seis meses.

“Dentre os itens negociados está a nova PLR --Participação nos Lucros e Resultados, que será equivalente a um salário extra, o 14º salário, concedida aos empregados mediante cumprimento de metas estabelecidas pela companhia. A proposta do Metrô foi acatada pelo TRT e consolidada pelo Ministério Público Estadual, que a considerou extremamente razoável para o fechamento de acordo”, diz trecho da nota oficial.