Topo

Presidente da CPTM espera que sistema volte a funcionar até o fim da tarde; greve parou todas as linhas

Do UOL Notícias<br>Em São Paulo

02/06/2011 08h13

Representantes da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e dos quatro sindicatos de ferroviários estão reunidos na manhã desta quinta-feira (2) para tentar resolver o impasse salarial que levou à greve que paralisa todas as 89 estações das seis linhas da malha ferroviária da região metropolitana de São Paulo.

Segundo o presidente da CPTM, Mario Bandeira, em entrevista ao "Bom Dia Brasil", da Rede Globo, a expectativa é que o sistema volte a funcionar até o fim da tarde.

"Estamos reunidos com os quatro sindicatos para fazer com que eles cumpram a determinação da Justiça do Trabalho de colocar 90% dos trens rodando", afirmou Bandeira.

A decisão da categoria contraria liminar expedida na terça-feira (31) pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) que, em atendimento à Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) e à CPTM, determinou que 90% da operação fosse mantida em horários de pico, e 70% nos demais horários. 

A paralisação da CPTM afeta cerca de 2,5 milhões de moradores das 22 cidades da Grande São Paulo. Bandeira explicou que não há como implantar um plano emergencial de transporte para aliviar a situação dos usuários.

"Não existe sistema para absorver esta demanda. O Plano de Apoio entre as Empresas em Situação de Emergência (Paese) - plano de emergência que prevê colocação de ônibus extras em circulação - só funciona para cobrir pequenos trechos", explicou.

Os funcionários querem 5% de aumento nos salários e o governo oferece 3,7%.

CPTMGreve paralisa todas as 89 estações
Ônibus em SPLinhas municipais funcionam normalmente
MetrôTodas as linhas funcionam normalmente
Rodízio em SPNormal para carros com placas final 7 e 8
Ônibus no ABCGreve afeta o transporte municipal e intermunicipal em Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Mauá, Rio Grande da Serra e Ribeirão Pires

“O usuário vai amanhecer sem o transporte metropolitano de trem, pois é greve geral. E nossas duas linhas são a espinha dorsal da CPTM, pois interligam a zona leste à Barra Funda (zona oeste)”, afirmou o presidente do Sindicato dos Ferroviários de São Paulo, Eluiz Alves de Matos.

De acordo com Matos, a decisão do TRT não abalou os ânimos da categoria. “Aguardávamos uma proposta que atendesse as reivindicações, mas nem Estado nem CPTM ofertaram algo que os trabalhadores não entendessem ser de segunda classe, a greve vai ser geral --e a multa que o TRT coloca vale tanto para o sindicato quanto para a empresa”, disse o dirigente.

Na noite de quarta-feira (2) houve registro de tumultos na estação Jurubatuba, gerados pelo acúmulo de passageiros que tiveram de optar pelo ônibus com a operação parcial da linha 9-Esmeralda. A CPTM admitiu o incidente, mas informou que se trata de "um dia atípico" e que o caso foi isolado. Em Guaianazes (zona leste), contudo, também houve relatos de pequenos tumultos.

Ônibus

No Grande ABC, motoristas e cobradores de ônibus de empresas particulares decidiram manter a greve iniciada ontem. A paralisação afeta o transporte municipal e intermunicipal em Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Mauá, Rio Grande da Serra e Ribeirão Pires.

De acordo com a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), 850 ônibus de 130 linhas atendem os passageiros em toda a região. Os trabalhadores querem 15% de aumento nos salários, mas as companhias oferecem 8%.

O sindicato que representa os funcionários afirma que as empresas não apresentaram nova proposta. Hoje será realizada uma audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT).

A EMTU calcula que 200 mil passageiros estão sendo prejudicados com a greve.