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Alckmin pede novo estudo de impacto ambiental para rodovia dos Tamoios e pode atrasar obras

Rodrigo Machado

Especial para o UOL Notícias<br>Em São José dos Campos (SC)

10/06/2011 20h56

Uma semana após anunciar a duplicação da rodovia dos Tamoios (SP-99) durante o primeiro dia de seu governo itinerante em São José dos Campos (96 km de São Paulo), o governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB), determinou a revisão do Estudo de Impacto Ambiental, o que pode gerar atraso nas obras.

A duplicação da rodovia, promessa do governo tucano há mais de 15 anos para o Vale do Paraíba, deve começar em janeiro de 2012, no trecho entre os km 11 e 32, em Paraibuna e receberá o investimento total de R$ 4,3 bilhões no total. Os contornos e o trecho de serra serão duplicados por meio de Parceria Pública Privada.

Em nota à imprensa, o DER (Departamento de Estradas de Rodagem) informou que o primeiro Estudo de Impacto Ambiental para as obras na SP-99 é de 2004. “Assim, as condições, principalmente com relação à ocupação urbana, podem ter sofrido alteração. Desta forma é comum que a revisão do estudo seja realizada complementando informações mais recentes”.

Segundo a assessoria de imprensa, a revisão estava prevista para acontecer e não altera o que foi anunciado durante o Governo Presente. O aviso para a licitação para a escolha da empresa que fará o estudo foi publicado no Diário Oficial do último dia 7.

A previsão de conclusão do levantamento de informações sobre quais danos as obras causariam na rodovia dos Tamoios é de três meses após a contratação da empresa responsável.

Antes das obras terem início, o governo ainda será deverá fazer três audiências para discutir o projeto, o contorno viário em Caraguatatuba e contorno norte de São Sebastião e acesso ao Porto de São Sebastião, o que pode também causar atraso caso haja desentendimento durante os encontros. A duplicação total da rodovia levará sete anos e meio.

“É importante fazer a duplicação da Tamoios sem impactos nocivos ao meio ambiente, por isso será feita essa revisão do estudo ambiental. Mas a obra vai acontecer segundo o previsto, mesmo porque será feita apenas a revisão e não um novo estudo”, disse o deputado estadual Hélio Nishimoto (PSDB).

Segundo ele, as obras no trecho de serra serão feitas com túneis e pontes, o que não afetará o meio ambiente do local. O deputado estadual Marco Aurélio (PT) protocolou nesta sexta-feira (10) pedido de informação ao governo estadual sobre detalhes da duplicação da rodovia. Segundo ele, podem ocorrer novos atrasos.

“Digo novo atraso porque esta obra foi anunciada na campanha de 2002 do então candidato ao governo Geraldo Alckmin. Eleito, passou quatro anos e não fez, elegeu sucessor que também não fez e agora faz o anúncio que vai iniciar em 2012. Essa é uma obra muito aguardada por toda a região do Vale do Paraíba e Litoral Norte e precisamos saber se haverá novo atraso”, disse.

Estrada ‘perigo’

Os problemas na rodovia vão desde a falta de sinalização mais eficaz, passa pela falta de acostamento em alguns trechos e vai até a ausência de pistas por conta do excesso no número de carros que trafegam durante os feriados.

No Réveillon de 2010, por exemplo, foram 81 mil veículos em trânsito na rodovia. Mesmo com operações ‘pare e siga’, o tráfego de veículos fica comprometido, tornando uma viagem que seria de uma hora entre São José e Caraguatatuba para mais de duas horas, chegando até quatro horas.

Há trechos comprometidos em quase toda a extensão da rodovia, mas a situação mais complicada é o trecho de serra, na altura do km 72. Daquele ponto até a chegada em Caraguatatuba, o motorista precisa redobrar a atenção.