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CNBB diz que decisão do Supremo não faz defesa ao uso da maconha

Camila Campanerut

Do UOL Notícias<br>Em Brasília

17/06/2011 13h34

O presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), cardeal Raymundo Damasceno Assis, afirmou nesta sexta-feira (17) que a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) desta semana, que permitiu manifestações populares pela liberalização da maconha, não configurou apologia ao uso da droga.

“O Supremo permitiu a manifestação. O Supremo não fez apologia ao uso da maconha”, resumiu Assis.

A afirmação denota, além da disposição dos religiosos em lidar do tema sem preconceito, a abertura da instituição católica em tratar das possibilidades de uso da erva para outros fins.

“Declaro que nós, a Igreja [católica], sempre nos opomos ao uso, a não ser em casos terapêuticos. Mas ao uso comum pela pessoa, nós nos opomos”, afirmou o cardeal.  

Raymundo Damasceno Assis, que também é arcebispo de Aparecida do Norte (SP), destacou que com a liberdade de expressão, preservada ainda mais pela decisão do STF, a população poderia ser organizar para fazer atos públicos contra o uso de drogas.

Assis defende que a criminalização fique centrada na figura do traficante, não na do dependente da droga.

O cardeal relembrou que o papel da Igreja Católica tem sido de ajudar os dependentes químicos a se livrar do vício em locais chamados de “fazenda esperança”, presentes em quase todos os Estados do Brasil.

“Não podemos criminalizar o dependente, ele tem que ser tratado. Temos que criminalizar o traficante, quem produz, quem comercializa.”