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Após decisão do STF, Marcha da Maconha em São Paulo terá usuários "saindo do armário", diz organizador

Janaina Garcia<br>Do UOL Notícias<br>Em São Paulo

02/07/2011 07h00

A decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de liberar manifestações como a Marcha da Maconha servirá não apenas para o sucesso dessas iniciativas, mas também para que usuários da droga “saiam do armário, soltem a voz, se assumam”. A declaração é do coordenador da marcha em São Paulo, Marco Magri. O ato está marcado para este sábado (2), às 14h, no vão livre do Masp, na avenida Paulista, região central da capital. Em entrevista ao UOL Notícias, Magri afirmou que a organização estima a presença de pelo menos 2.000 pessoas no movimento.

Apologia ou liberdade de expressão? Veja análises sobre a Marcha da Maconha

No último dia 15, por unanimidade, os ministros do Supremo decidiram liberar a realização da Marcha da Maconha e de outras manifestações a favor da legalização das drogas no Brasil. Eles consideraram que esse tipo de ação se trata de exercício da liberdade de expressão e não apologia ao crime, como argumentavam juízes e instâncias inferiores que proibiam os eventos.

Na capital paulista, a proibição imposta pelo Tribunal de Justiça em maio deste ano, atendendo pedido do Ministério Público, deu origem à “marcha pela liberdade de expressão”, que aconteceu também em outras capitais. Na ocasião, contudo, parte dos cerca de 1.000 participantes foram reprimidos pela Polícia Militar e por agentes da GCM (Guarda Civil Metropolitana) com atos de truculência que repercutiram em todo o Brasil.

Na avaliação de Marco Magri, o primeiro evento após a decisão do STF deve ser “bastante alegre”. No site, os organizadores pedem que os participantes não levem cigarros de maconha à manifestação, nem os consumam durante a caminhada a fim de evitar problemas com a PM.

“Fazíamos esse pedido mesmo quando a marcha não era liberada, para as pessoas saberem que ali não é um local de livre consumo de drogas e que, quem consumir, estará sujeito a ter prejuízos legais posteriormente”, disse. Segundo Magri, a organização vai prestar assistência jurídica a eventuais vítimas de incidentes.

Segundo o coordenador em São Paulo, a marcha será levada no próximo semestre a outras cidades brasileiras. “Queremos politizar o movimento no sentido de dar formação aos participantes sobre conceitos de legalização e criminalização. Já tivemos 12 marchas em 2010 e 19 este ano”, finalizou.