MP do Rio investiga centrais mantidas por falsos taxistas

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (Gaeco/RJ) organizou nesta segunda-feira (25) uma ação de busca e apreensão em centrais clandestinas de atendimento mantidas por falsos taxistas. A ação envolveu três cidades da região dos Lagos do Rio: Cabo Frio, São Pedro da Aldeia e Arraial do Cabo.

Foram apreendidos R$ 9.412, 2.392 cartões de visita, dois laptops, três computadores, rádios Nextel, celulares, além de documentações com contabilidade da organização. A investigação também descobriu a existência de 127 veículos envolvidos no esquema clandestino.

A administração do grupo, conforme indicado pelo requerimento de busca e apreensão encaminhado pelo Gaeco à Vara Criminal de São Pedro da Aldeia, é realizada pelo investigado Clóvis Silva Santana com o apoio, entre outros, de Diego Pacheco dos Santos, presidente da Associação dos Amigos e Motoristas da Região dos Lagos. Os líderes da falsa associação, denominada "Táxi do Clóvis", faturam cerca de R$ 700 mil por ano com a cobrança de "diárias" de R$ 15 dos "associados".

As centrais clandestinas não são o único indício da atuação do grupo. A investigação descobriu material de propaganda e publicidade -panfletos e cartões-, distribuídos em locais de aglomeração. O Gaeco apurou ainda a existência de uma comunidade no site de relacionamentos Orkut intitulada "Eu ando no táxi do Clóvis!".

Os "associados" poderão responder por crimes contra a economia popular, a ordem tributária e as relações de consumo, além de contravenção relativa à organização do trabalho. O Gaeco afirma que deve agora examinar o material apreendido, que pode ser usado para embasar uma denúncia contra os investigados.