Merendeira que admitiu envenenar almoço em escola no RS está foragida; advogado fala em coação
A merendeira apontada pela polícia como sendo responsável pelo veneno no almoço de uma escola em Porto Alegre, na última quinta-feira (4), é considerada foragida. Na noite de sexta-feira (5), o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul determinou sua prisão preventiva. Entretanto, o seu advogado afirma que ela foi coagida a admitir o ocorrido em seu depoimento.
Equipes da Polícia Civil fizeram buscas nesta manhã à procura de Wanusi Mendes Machado, 23 anos, apontada como responsável por despejar o conteúdo de dois sachês de veneno de rato numa panela de estrogonofe durante almoço na Escola de Ensino Fundamental Pacheco Prates, em Porto Alegre. Trinta e nove pessoas, entre crianças, professores e funcionários, incluindo Wanusi, precisaram passar por exames laboratoriais. Algumas crianças se queixaram de enjôo e dor de cabeça, mas todas passam bem e já estão em casa.
De acordo com o seu advogado, Leandro Pereira, a merendeira alegou que em nenhum momento em seu depoimento à polícia confessou que tenha colocado veneno na comida. Ela teria dito ainda que fora privada do acompanhamento de um advogado de sua confiança e que fora coagida a assinar uma declaração.
“Ela alega que se trata de uma verdadeira armação para que algum culpado seja apresentado. Ela afirmou, inclusive, que outro advogado que estava presente se negou a assinar como testemunha de seu depoimento”, relata Pereira. “Se fizeram isso porque ela é negra e pobre, vamos contatar os direitos humanos.”
Cleber Pereira, delegado que pegou o depoimento da merendeira, foi procurado pela reportagem para comentar o que disse o advogado, mas não atendeu ao celular.
Conforme seu defensor, Wanusi está abrigada na casa de familiares e pretende se apresentar quando o pedido de prisão for relaxado. Ela quer depor diretamente a um juiz.
Segundo o delegado Cleber Lima, da 1ª Delegacia de Homicídios e Desaparecidos, Wanuzi não explicou em seu depoimento os motivos para o ato, apenas alegou problemas psicológicos. Ela trabalhava na escola havia três semanas, após contratação emergencial.
A merendeira pode ser indiciada por tentativa de homicídio qualificado. Ela não foi presa, pois não houve flagrante.
As aulas na Escola Pacheco Prates estão suspensas e devem ser retomadas na próxima semana.
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