Encontro de tatuadores reúne de homem com quase 90% do corpo coberto a mulher com 20 tatuagens, 8 piercings, 2 alargadores e 2 microdermais
Apaixonados pela tatuagem aproveitam, neste final de semana, a 2ª Expo Vale Tattoo, que está sendo realizada em São José dos Campos, a 97 km de São Paulo. A organização do evento espera reunir cerca de 10 mil pessoas nos dois dias do encontro. São cerca de 70 estandes entre estúdios e empresas ligadas ao setor, de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Entre as maiores atrações para os visitantes estão os próprios visitantes. A cada estande que percorria, o aposentado Roberto Matrigani, 63 anos, era obrigado a posar para fotos. Famoso por participar de programas e quadros na televisão brasileira, onde mostra os desenhos de tigre, onça, fundo de mar e arte indiana, ele estima ter 90% do corpo tatuado. “Só faltam mesmo os antebraços, que farei quando completar os 70 anos”, disse.
“Minha primeira tatuagem foi em 1970, escolhi o símbolo do meu signo, escorpião. Havia muito preconceito na época, mas hoje tudo está diferente”, opina Matrigani. “As pessoas acabam achando graça e gostando. Só minha mulher não gosta muito, mas meus netos adoram e até brincam de se tatuarem com as figurinhas que vêm em chicletes”, afirmou ele, pai de dois filhos e avô de cinco crianças.
Flávio Couto Monteiro, 30 anos, de Pindamonhangaba (SP), escolheu terminar o seu desenho durante o evento. Nas costas, ele estampou o Batman, o Coringa a Mulher-Gato, seus personagens preferidos. “Sou muito ligado em tatuagens, tenho uma gueixa na perna”, disse Monteiro.
Mulheres
Casada com o tatuador Tiago Marques, conhecido como Rato, a dona de brechó Ana Paula Costa Ribeiro, 34 anos, a Totolinha, se entregou a paixão pela tatuagem aos 18 anos. “Foi o meu próprio presente de aniversário e foram três para começar”, conta ela, que hoje trabalha colocando piercing.
Ana Beatriz Gomes, de 23 anos, tem 20 tatuagens, oito piercings, dois alargadores, dois microdermais e uma escarnificação (técnica que produz cicatrizes no corpo com um bisturi), procedimento feito com bisturi cirúrgico. “A inspiração veio do meu pai”, conta. “Ele sempre curtiu rock quando eu era criança e era todo diferente. Não sofro preconceito, as pessoas só olham mesmo por curiosidade.”
O gosto pelos traços dos mangás (quadrinhos japoneses) fez com que Talita Sakamoto, 21 anos, de São José dos Campos (SP), escolhesse a profissão há três anos. Hoje, no estúdio Hard Collors Tattoo, ela coleciona centenas de trabalhos e 18 tatuagens em seu corpo.
“Eu gostava de ler e desenhar mangás. Aos 15 anos já sabia que arte era a minha vida. Tatuei uma estrela aos 15 anos. Hoje, a minha preferida é uma rosa que tenho no pescoço”, conta ela. “Adoro trabalhar com comics (quadrinhos) e outros estilos, pois sou detalhista nos traços. Amo o que faço pela arte e principalmente por conhecer muitas pessoas.”
Grafite
O grafite foi o ponto inicial do tatuador Alemck Correa. Aos 19 anos, ele trabalhava como grafiteiro, e foi a experiência nesta arte que despertou o interesse em tatuagem. Hoje, Alemck mantém uma equipe em seu estúdio no interior de São Paulo e calcula ter feito mais de 4.000 tatuagens.
“Minha primeira tatuagem foi aos 20 anos e sofri um pouco de preconceito. Hoje, as pessoas estão mais tranquilas quanto a isso”, conta Correa.
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