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Chuvas em São Paulo estão abaixo da média prevista para agosto; estiagem continua até sexta

Tempo seco forma camada de poluição em São Paulo; <b>clique e veja imagem em 360º</b> - Flávio Florido/UOL
Tempo seco forma camada de poluição em São Paulo; <b>clique e veja imagem em 360º</b> Imagem: Flávio Florido/UOL

Larissa Leiros Baroni<br> Do UOL Notícias

Em São Paulo

17/08/2011 07h00

As chuvas na região metropolitana de São Paulo estão abaixo da média esperada para agosto, segundo dados do CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências de São Paulo). Dos 39 milímetros previstos para o mês historicamente mais seco do ano, apenas três milímetros de água caíram sob a cidade nos 17 primeiros dias do período.

Com isso, a cidade entrou em estado de alerta na tarde da última terça-feira (16). A umidade do ar na região, de acordo com o CGE, chegou a registrar 17% --índice muito aquém do recomendado pela OMS (Organização Mundial de Saúde), que considera ideal uma umidade relativa do ar ideal acima de 60%.

Índices de umidade do ar

Acima de 30%Observação
De 30 a 20%Estado de atenção
De 19 a 12%Estado de alerta
Abaixo de 12%Emergência

A previsão, no entanto, é que o tempo seco na região se estenda até o final de setembro. "Não há registro de melhora na umidade do ar até a próxima sexta-feira (19)", diz Márcia Seabra, chefe da previsão do tempo do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). Ela afirma que a previsão da temperatura média na região até o final da semana é de 30ºC.

Neste período, principalmente entre às 11h e às 15h, o risco da cidade entrar novamente em estado de atenção ou alerta é grande. É o que afirma Adilson Nazário, técnico em meteorologia do CGE. "A massa de ar seco provoca o chamado bloqueio atmosférico, que ao mesmo tempo em que impede a formação de nuvens desvia as chuvas para o oceano", explica Nazário, que também relaciona o fator meteorológico ao aspecto geográfico. "Esse estado é intensificado em ambientes impermeabilizados, como é o caso de São Paulo, que além de ser cercado de prédios e asfalto, tem pouca vegetação."

Embora a baixa umidade do ar não seja causada pela poluição, o clima intensifica os efeitos dos agentes poluentes. "A tendência é a poluição ficar retida em uma camada muito baixa, que pode ser vista nitidamente nos finais de tarde como uma faixa laranjada", afirma.

Com este panorama, a tendência é ampliar a incidência de tosses e a irritação nos olhos, na garganta e no ouvido. "Um umidificador, um balde de água ou mesmo uma toalha molhada podem ser boa alternativa para driblar os efeitos do ar seco", sugere o técnico do CGE.

A previsão é que no sábado (20) a temperatura caia um pouco e provoque chuvas isoladas em algumas partes da cidade. "A água prevista, no entanto, não será suficiente para recuperar o índice de chuva previsto para o mês."

Centro-Oeste

As temperaturas elevadas e a falta de chuva também causam problemas nos Estados do Centro-Oeste. A estimativa, segundo o Inmet, é que a umidade na região seja inferior a 20%. "Essas características são comuns à região nesta época do ano", afirma Márcia Seabra, que diz não ter previsão de melhoras em Goiás e no Distrito Federal pelo menos para os próximos dez dias.

Há probabilidade de chuvas isoladas no Mato Grosso do Sul no final de semana. Já as chuvas em Mato Grosso só estão previstas para a semana que vem.

Queimadas

O panorama climático do período favorece as queimadas em todo Brasil. Na última terça-feira (16), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), registrou 6.483 focos de queimadas espalhados pelo país.

O Estado com mais casos foi São Paulo (880), seguido de Goiás (699), Mato Grosso (656) e Mato Grosso do Sul (600). O índice de queimada no Brasil, no entanto, ainda é 61% do que o total registrado em 2010.