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Aluno que se matou teria prometido matar professora, segundo relato de colegas

Larissa Leiros Baroni

Do UOL Notícias <BR> Em São Caetano do Sul (SP)

23/09/2011 19h19

Uma professora do estudante D.M.N., 10, que se matou nesta quinta-feira (22) na escola municipal Professora Alcina Dantas Feijão, em São Caetano do Sul (SP), ABC paulista, disse que colegas do aluno relataram que ele falou na véspera da tragédia que mataria a professora. A afirmação foi feita em depoimento nesta sexta-feira (23).

“Não se sabe se essas informações fazem parte dos boatos que se criaram a partir do incidente ou se elas são realmente verdadeiras”, afirmou a delegada Lucy Fernandes, do 3º DP, onde o caso é investigado.

Ontem, por volta das 15h50, o aluno baleou Rosileide Queiros de Oliveira, 38, no quadril e depois se matou com um tiro na cabeça. A docente foi encaminhada para o Hospital das Clínicas e não corre risco de morte. Hoje, a professora deixou a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e foi para o quarto.

Hoje à tarde, a delegada ouviu a coordenadora pedagógica da escola, Meire Bernardete Cunham, e outras duas professoras –uma de história, geografia e ciência e outra de matemática. Ambas, segundo a delegada, deram aulas para o garoto no dia do acidente.

Em depoimento que durou três horas, Meire relatou ter falado com a Rosileide logo após ela ser baleada, enquanto a ambulância não chegava. Segundo a delegada, nesta conversa a professora disse não saber ao certo o que estava acontecendo, apenas sentia muita dor nas costas.

Próximos depoimentos

Na segunda-feira (26), a partir das 14h, serão ouvidas a diretora da escola, Márcia Gallo, e outra orientadora pedagógica. A delegada também tentará ouvir a professora baleada na segunda, caso a equipe médica que cuida da docente autorize. Os pais, o irmão e colegas do aluno serão ouvidos no decorrer da semana.

Investigação

O irmão de 14 anos será a principal fonte de investigação para tentar elucidar o caso, segundo informou a delegada responsável, Lucy Fernandes.

Duas das 16 câmeras de segurança da escola registraram parte da ação de D.M., 10. A informação é da diretora da instituição de ensino. Segundo ela, as gravações já foram encaminhadas à delegacia responsável pelas investigações.

Apesar de não descrever o estado emocional do aluno, a diretora afirma que as câmeras registram ele saindo da sala -momento em que pediu para a professora para ir ao banheiro-, voltando ao local e depois indo em direção ao corredor, onde atirou contra a própria cabeça.

A delegada afirmou que desconhece o conteúdo descrito pela diretora. "Durante a rápida análise das gravações, não foi identificada nenhuma imagem relevante", comentou. "Há apenas imagens de correria das crianças após os tiros", afirmou.

Enterro

D.M.N. foi enterrado na tarde de hoje no Cemitério das Lágrimas, em São Caetano. Apesar de fechado ao público, o local foi tomado por centenas de curiosos, que se misturavam aos amigos e familiares para prestar solidariedade à família do garoto.

A segurança dos pais e do irmão do aluno foi reforçada com a presença de guardas municipais, que são colegas de trabalho do pai do garoto. Em respeito aos familiares, a Secretaria de Segurança Pública do município impediu que a imprensa acompanhasse o enterro. Amigos e parentes da famílias não quiseram falar com os jornalistas.