Consultora e professora querem ter o primeiro casamento homoafetivo do sertão do Ceará
Elas conquistaram o direito ao contrato de união estável e querem mais. A consultora empresarial Kamila Ferreira, 26, e a professora de inglês Marileide Rocha, 37, desejam ser o primeiro casal do sertão do Ceará a ter garantido o direto ao matrimônio homoafetivo registrado em cartório.
Agora, com a ajuda de uma advogada, elas pretendem dar entrada no pedido de casamento civil à Justiça de Quixeramobim (206 km de Fortaleza), onde vivem, até o fim da próxima sexta (30).
Em cerimônia simples, realizada no último dia 8, elas formalizaram união estável perante a Justiça. Juntas há quase dois anos, Kamila e Marileide guardam a festa para a união matrimonial e estão otimistas quanto à resposta da Justiça. Caso seja negativa, Marileide diz que as duas estarão dispostas a recorrer ao Supremo Tribunal de Justiça.
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“Nós vamos até a última instância possível, porque temos direito. Não é porque não somos um homem e uma mulher que devemos ter os direitos negados. Formamos uma família com base no amor e no respeito, e é isso que importa”, disse a professora.
Marileide e Kamila confirmam viver os melhores momentos de suas vidas. A professora de inglês diz que tem total apoio da família e que nunca sofreu preconceito de seus parentes. Ela conta que chegou a receber os parabéns de seus alunos, pela coragem de assumir sua orientação sexual. “Nunca senti preconceito. Se me criticam, não é na minha presença”, disse a professora.
Já Kamila diz que, depois que resolveu assumir a relação, sentiu que as pessoas passaram a respeitá-la mais. “Talvez mais pessoas tenham coragem de assumir o que são, em vez de ficarem ‘no armário’. Pessoas que se escondem, provavelmente, não serão felizes.”
Mãe de duas crianças adotivas de um relacionamento de 11 anos com outra parceira, Marileide diz que tem muito diálogo com os filhos. À menina de oito e ao menino de 11 anos a professora ensina o amor com base no respeito. “Converso com eles o que a idade deles permite conversar.” O casal ainda não conversou se pretende ter outros filhos. “Eu trato os filhos da Mari como se fossem meus”, afirmou Kamila.
Próximos passos
A professora de inglês conta que sempre acreditou que um dia a Justiça reconheceria a união de homossexuais. A decisão, segundo ela, é um grande passo para a modernização do direito no Brasil. “Somos cidadãs, pagamos nossos impostos como qualquer um. Então temos direito”, disse.
Quando ao figurino, as duas dispensam véu e grinalda. Vaidosas, dizem que um vestido social deve bastar. “Porque a alegria vai estar em nosso coração nesse dia”, diz Marileide.
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