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Para combater solidão, aposentado resolve passar trotes em PM e bombeiros no Paraná

Dimitri do Valle<BR>Especial para o UOL Notícias<BR>Em Curitiba

05/10/2011 10h54

Um aposentado de 66 anos decidiu, para combater a solidão, de acordo com ocorrência da Polícia Militar, ficar passando trotes para os telefones de emergência da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros de Cianorte (512 km de Curitiba). Ele foi detido e vai responder a processo por perturbar o trabalho dos policiais e bombeiros.

Policiais da 3a. Companhia do 7o. Batalhão da PM no município passaram a receber a partir deste ano chamadas de Adail Carlos da Silva, que nas primeiras ligações parecia querer puxar assunto com os plantonistas.

“Já sabíamos como era a voz e o número dele de cor quando a chamada caía aqui no 190”, disse ao UOL Notícias o comandante da PM no município, capitão Gilberto Baroncelli. Ocupados em atender às ligações de emergência, os policiais pediam que o aposentado desligasse. Silva continua insistindo nas conversas, alegando ser uma “pessoa solitária”.

Outras ocorrências fictícias, como suposta invasão da casa dele por marginais ou ameaças de morte, eram ignoradas quando os policiais descobriam nas próprias ligações que o aposentado estava mentindo.

“Quando ele viu que estávamos ignorando as chamadas, ele mudou de rota e passou a ligar para o Corpo de Bombeiros", disse o caspitão Baroncelli. Mas na ligação que fez, a PM do município resolveu tomar uma atitude mais drástica e deteve o aposentado.

Silva disse que três garotos estavam caídos dentro de uma vala profunda, perto de sua casa. Os bombeiros, preocupados, decidiram mandar uma viatura, mas quando chegaram ao endereço, viram que era mais um trote do aposentado.

A PM foi buscá-lo em casa na última segunda-feira (3) e ele assinou um termo circunstanciado para responder na Justiça por crimes de perturbação do sossego e falsa comunicação de crime.

Como são delitos de menor potencial ofensivo, o aposentado, em caso de condenação, pode ser sentenciado a pagar multas ou cumprir serviços comunitários. Aos policiais, ele alegou que se sentia sozinho, e, por isso, passou a fazer as ligações.

A reportagem tentou falar com o aposentado pelo celular dele, mas não conseguiu contato.