Topo

Center Norte continua fechado por risco de explosão; prefeitura e administração se reúnem

Ana Paula Rocha<br>Do UOL Notícias<br>Em São Paulo

05/10/2011 10h34

O Shopping Center Norte permanece fechado nesta quarta-feira (5). Representantes da Cetesb e da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente estão reunidos no estabelecimento com a administração do shopping para decidir os próximos passos.

Sindicato vai acionar Justiça

O Sindicato dos Comerciários de São Paulo informou nesta quarta-feira (5) que vai ajuizar ao menos três ações contra as lojas que integram o Complexo Center Norte, na zona norte da capital paulista, por conta de eventuais riscos aos quais os funcionários tenham sido submetidos com o vazamento de gás metano no local.

Desde a manhã de hoje, representantes do Sindicato dos Comerciários de São Paulo realizam protesto em frente ao local. O sindicato promete pedir na Justiça um adicional de periculosidade para os funcionários.

Segundo informações oficiais, 120 policiais da Guarda Civil Municipal e 40 carros de polícia estão do lado de fora do shopping. Segundo uma funcionária, o noticiário sobre o risco de uma explosão no local fez o movimento no shopping cair.

"A gente não sabe qual vai ser o salário no fim do mês", diz Fátima Ribeiro, gerente de uma loja de acessórios femininos. Outra preocupação relatada por ela é com a segurança. Ela e suas funcionárias vieram ao trabalho hoje por orientação da direção da loja e iriam para outra unidade da rede de acessórios, em Guarulhos.  Outra funcionária, de uma loja de vestidos de festa, relatou dores de cabeça com a interdição. Ela afirma que foi informada ontem pelo shopping que poderia pegar hoje alguns vestidos em que fez ajuste, para uma festa. Como não conseguiu entrar hoje, diz que seus clientes estão reclamando.

Além do Center Norte, o Lar Center e a Leroy Merlin também estão fechados. O primeiro, porque, segundo a Cetesb, corre o mesmo risco que o Center Norte; o segundo, por utilizar a mesma entrada.

Entenda o caso

Na semana passada, a Prefeitura de São Paulo anunciou a interdição do shopping com base em laudos da Cetesb. No complexo de 110 mil m², está, além do shopping, o Lar Center (do mesmo grupo), um hipermercado Carrefour (que aluga o terreno), um estacionamento para milhares de carros e uma loja da rede de artigos esportivos Decathlon. Toda a área está com alta concentração de metano, segundo a Cetesb.

Os empreendimentos foram erguidos em uma área onde funcionava um lixão até o começo dos anos 80. A decomposição do lixo liberou gases que se concentraram no subsolo desses imóveis, o que pode gerar uma explosão.

O shopping entrou na Justiça contra a interdição e obteve uma liminar na 7ª Vara da Fazenda Pública. Na terça-feira (4), a liminar foi cassada.

Em nota, a direção do shopping afirmou que "concluirá, o mais rapidamente possível, as obras de implantação de todo o sistema de mitigação dos gases, com a instalação de 10 drenos, um a mais que o exigido pelo Termo de Ajustamento de Conduta assinado com o Ministério Público e a Cetesb". O comunicado diz ainda que continuará a tomar todas as medidas cabíveis para manter as portas abertas e funcionando regularmente.

Na sexta (30), o município havia confirmado o cumprimento da decisão que beneficiava o shopping, mas salientou "a importância das medidas adotadas para preservar a segurança dos consumidores, lojistas e trabalhadores". Na segunda-feira (3), a prefeitura entrou com recurso na 7ª Vara da Fazenda Pública da capital.