Procissão inicia Círio de Nazaré; evento de domingo deve reunir 2 milhões de pessoas

Uma romaria de 55 quilômetros de distância, com previsão de durar treze horas, deu início nesta sexta-feira (7) ao Círio de Nazaré, no Pará. A procissão principal só acontecerá no domingo (9), devendo reunir cerca de 2 milhões de pessoas --número semelhante ao registrado em 2010 e 2009.

O Círio é realizado todos os anos, em outubro. No segundo domingo ocorre o ponto alto: uma gigantesca procissão se forma ao redor do andor que carrega a imagem de Nossa Senhora de Nazaré para percorrer 3,6 quilômetros de ruas de Belém.

A caminhada começa às 6h30, na Igreja da Sé, no bairro Cidade Velha, onde é celebrada uma missa, e só termina à tarde, com a benção dada pelo arcebispo metropolitano de Belém, dom Alberto Taveira, na Basílica Santuário, no bairro Nazaré.

Como acontece há 219 anos, romeiros participam do evento religioso, seja na procissão principal ou nas outras romarias paralelas.

A de ontem, chamada de traslado da imagem, foi a primeira de onze romarias. A imagem cruzou a Região Metropolitana de Belém sobre a carroceria de um carro para que devotos do município de Ananindeua reverenciassem a santa.

Durante o trajeto, são feitas dezenas de homenagens como chuva de papel picado e queima de fogos. Ano passado, o cortejo começou às 8h30 e só terminou às 21h, na igreja matriz de Ananindeua.

Depois de deixar Ananindeua amanhã de manhã, o cortejo voltará para Belém. No distrito de Icoaraci, outro extremo da cidade, a imagem é colocada num barco e tem-se a romaria fluvial pelos rios até a atracação num porto do rio Guajará, no centro da capital.

A imagem ainda percorrerá as ruas em romaria formada por motoqueiros. Amanhã à noite, será realizada a Trasladação, procissão em que milhares de romeiros fazem o percurso inverso ao de domingo.

Evento movimenta a economia

O Departamento Intersindical de Estudos Estatísticos Sócio Econômicos (Dieese) estima que toda a programação do Círio gere uma movimentação de R$ 26 milhões no Pará. O comércio, o setor de hotelaria e de restaurantes são os que mais beneficiados.

A grandiosidade do evento fez com que ele fosse considerado a maior manifestação católica do país e uma das maiores do mundo. Em 2004, foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como patrimônio cultural.