Presas vendem tapetes para poder pedir pizzas "delivery" em cadeia no interior de SP
O dinheiro para pagar a pizza entregue “em domicílio” na cadeia pública de Santa Adélia (371 km de São Paulo) vem da venda de tapetes (a R$ 20 cada um) que as detentas confeccionam dentro do presídio. Foi durante uma entrega de pizza, no último sábado (8), que nove presas agrediram uma carcereira e fugiram. Duas foram recapturadas, sete continuam desaparecidas.
O carcereiro Gilmar Fávaro disse ao UOL Notícias que todos os finais de semana as presas são autorizadas a pedir pizza e lanches. “É uma questão de humanidade, elas trabalham ganham dinheiro na prisão e tem direito. Em todas as cadeias é assim”, disse Fávaro.
Delfina Vicentim, carcereira que estava de plantão no momento da fuga, foi afastada por determinação médica. Ela teve uma costela e o nariz fraturados após apanhar com socos e pontapés das fugitivas. Delfina foi atendida no hospital Padre Albino, de Catanduva (385 km de São Paulo) e entrou em licença.
Como foi a fuga
Fávaro conta que as presas planejaram a fuga e contaram com a ajuda de uma das faxineiras, que também é detenta. A faxineira saiu para a limpeza do pátio e deixou o portão de acesso ao cárcere sem cadeado.
No momento em que Delfina foi entregar a pizza, as presas a atacaram e renderam. Todas as fugitivas são condenadas por tráfico, crime previsto no artigo 33 do Código Penal. Elas são provenientes de diversos Estados: Paraná, Goiás e São Paulo.
Questionado sobre como a faxineira, que também é condenada, pode ficar com a chave da carceragem, o carcereiro respondeu que eles (carcereiros) trabalham sozinhos (um por turno) e que não entram na área onde elas ficam, e que a presa chamada “faxina” é considerada confiável por estar cumprindo pena há mais tempo e apresentar bom comportamento.
O delegado, Antonio Junqueira Vilela, responsável pela cadeia, disse para um jornal local que pedir pizza é procedimento “quase padrão” na cadeia. Ele não foi localizado pelo UOL Notícias para dar mais detalhes sobre o caso. O presídio possui capacidade para 24 presas, mas estava com 33 detentas no momento da fuga. Agora restam 26.
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