Sem indiciamentos, polícia encaminha ao MP inquérito sobre aluno que atirou em escola de São Caetano
A Polícia Civil de São Caetano do Sul (Grande São Paulo) encaminhou ao Ministério Público na manhã desta sexta-feira (14) a conclusão do inquérito sobre o aluno de dez anos que atirou contra a professora em uma sala de aula, e, na sequência, se matou com um tiro na cabeça. Ninguém foi indiciado.
O crime aconteceu no dia 22 de setembro na escola municipal Alcina Dantas Feijão. Atingida pelas costas, a professora Rosileide Queirois de Oliveira, 38, ficou uma semana internada no Hospital das Clínicas de São Paulo e passou por duas cirurgias. O menino morreu no hospital após ser socorrido.
Para a polícia, não há culpados no caso. "Não houve indiciamentos, mas a promotoria pode discordar", afirmou a delegada Lucy Fernandes, que chefiou as investigações. O inquérito foi concluído após a polícia ouvir diversos depoimentos e analisar os laudos fornecidos pelo IML (Instituto Médico Legal), com o estudo do local e exames residuográficos.
Para a delegada, não houve negligência por parte do pai do garoto, que é guarda municipal e demonstrou surpresa ao saber que o filho tinha encontrado sua arma, que ficava escondida. Ele foi à escola horas antes do episódio para questionar os dois filhos se algum deles tinha pego o revólver. Ambos negaram.
A delegada já havia afirmado que, baseada no histórico do aluno relatado pelos pais, professores e colegas, o crime não foi premeditado. “Não combina com ele, se realmente tivesse premeditado o crime, ia querer se despedir, de alguma forma, dos familiares”.
Além do pai, foram ouvidos a mãe e o irmão de 14 anos, oito colegas de sala de aula, a diretora da escola, a coordenadora e a orientadora pedagógica e quatro professoras --uma delas, a vítima.
Depois de ouvir diversas versões dos colegas de sala do garoto, geralmente conflitantes, a delegada chegou a afirmar que dificilmente seriam um dia conhecidos os motivos que levaram ele a atirar.
Entenda o caso
Por volta das 15h50 do dia 22 de setembro, o aluno do 4º ano C da escola municipal Alcina Dantas Feijão atirou contra a professora. Em seguida, ele saiu da sala e atirou contra a própria cabeça. No momento dos disparos, havia 25 alunos na sala de aula.
A criança foi socorrida com vida pelos bombeiros e encaminhada ao Hospital de Emergência Albert Sabin, em São Caetano, onde morreu após duas paradas cardíacas.
A professora foi resgatada pelo helicóptero Águia da Polícia Militar e levada para o Hospital das Clínicas, na zona oeste de São Paulo. Ela foi atingida na região posterior do lado esquerdo na altura do quadril e sofreu fratura na patela direita. Ela também passou por cirurgia na rótula esquerda.
A arma usada no crime pertencia ao pai da criança, um guarda civil municipal. O revólver calibre .38 é particular. O caso foi registrado no 3º DP (Distrito Policial) de São Caetano.
*Com reportagem de Larissa Leiros Baroni e Janaina Garcia
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