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Resort terá de indenizar em R$ 660 mil família de menina morta durante passeio a cavalo

Fernando Porfírio<BR>Especial para o UOL Notícias<BR>Em São Paulo

04/11/2011 14h05

O Hotel Resort Salinas de Maragogi, no litoral norte de Alagoas, foi responsabilizado pela morte de uma garota de nove anos. A empresa terá de pagar R$ 660 mil de indenização por danos morais aos pais e irmãos da menina que morreu em um passeio a cavalo.

A decisão é do Tribunal de Justiça de São Paulo, que, no entanto, reduziu a um sexto o valor da indenização inicial definido pela juíza Valéria Longobardi Maldonado, da 29ª Vara Cível da Capital. A magistrada havia determinado que a indenização a ser paga deveria ser de R$ 4 milhões.

Os advogados do Salinas Maragogi pediram ao Tribunal paulista a redução do valor da indenização porque o consideraram exagerado e desproporcional. O hotel se defendeu alegando que o acidente foi uma fatalidade.

Sustentou que a morte da menina foi provocada por abuso e imprudência da própria vítima, que, na tentativa de tirar melhor proveito da caminhada em competição com outras duas meninas que a acompanhavam, acabou ocasionando a disparada do animal.

A defesa do hotel ainda negou que prestasse o serviço de passeio a cavalo que provocou o acidente. Afirmou que atua apenas como comerciante de bilhetes na entrada da fazenda Marrecas.

O Grupo Salinas é o maior do segmento de resorts em Alagoas. O grupo atua há mais de 20 anos no mercado de hospitalidade. É dono do Salinas Maragogi, do Salinas Maceió e do hotel fazenda Marrecas.

O acidente

A menina passava férias com a família e morreu depois de cair durante um passeio a cavalo organizado pelo hotel. Com nove anos de idade, ela montava um animal de grande porte em uma sela de adulto. Ao sofrer a queda, ficou presa pelo pé e foi arrastada por vários metros. A garota foi inicialmente levada ao posto de saúde de Maragogi e depois transportada em carro simples até um hospital em Recife, onde morreu.

O pacote de férias adquirido pela família dava direito a diversas atividades de lazer, entre elas o passeio a cavalo. A menina não usava equipamento de segurança, como capacete, por exemplo. O hotel não dispunha de estrutura para atendimento de primeiros socorros.

Os pais da menina, após o acidente, fundaram a ONG Associação Férias Vivas, que trabalha em prol da conscientização do setor de turismo sobre a importância da segurança.