"Ela me deu mingau e levou minha filha", diz mãe de bebê sequestrada e depois devolvida em Fortaleza
Após mais de 30 horas longe da filha, a dona de casa Antônia Erilânia Pereira, 21, e o auxiliar de serviços gerais Cristiano Agostinho da Silva, 24, puderam pegar a menina no colo outra vez na tarde desta quinta-feira (5). A bebê, Cristiana da Silva, de apenas 16 dias, havia sido levada do hospital César Cals, no Centro de Fortaleza, na última terça-feira (3), logo após a família aceitar ajuda de uma estranha . "Ela (a suposta sequestradora) me deu mingau e pão e levou minha filha embora", disse a mãe.
O pesadelo da família começou quando uma mulher, identificada apenas como Luciana, encontrou a bebê e os pais na recepção do hospital. Moradores de Guaiúba (38 km de Fortaleza), Cristiano e Erilânia estavam no Centro de Fortaleza, para uma consulta de retorno do parto, e entraram no hospital para se proteger dos tumultos por conta dos boatos de arrastão causados pela paralisação da Polícia Militar. Segundo a mãe da menina, naquele momento Luciana se aproximou, ofereceu fraldas, lanche e ajuda para dar banho na criança.
Enquanto os pais tomavam mingau, Luciana teria fugido com a criança. “É possível que ela (Luciana) tenha colocado remédio no pão, porque as nossas vistas escureceram”, afirmou a mãe. Na tarde desta quarta (4), Luciana compareceu à Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente (Dececa) para entregar a menina. De acordo com a titular da Dececa, Ivana Timbó, a mulher apresentou outra versão.
“Ela negou o sequestro. Disse que a criança foi entregue pacificamente pela própria mãe.” Por ter se apresentado à delegacia após o flagrante, a mulher não foi detida. “Vamos investigar a partir de depoimentos e das imagens internas do hospital”, afirmou a delegada. Cristiana da Silva foi mantida no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), onde os pais puderam buscá-la na tarde desta quinta (5). “Eu senti o mesmo medo e a mesma dor do parto. E, para mim, a minha filha nasceu de novo”, disse a mãe, emocionada.
Segundo a assessoria de imprensa do hospital, casos de sequestro de bebês dentro da unidade nunca aconteceram. A assessoria informou que a menina não era sua paciente. Ainda assim, o hospital teria oferecido toda a ajuda necessária à família, disponibilizando transporte até a delegacia e as imagens do circuito interno de segurança.
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