Colapso em abastecimento deixa 300 mil sem água e leva governo a decretar emergência em São Luís
O rompimento de uma das adutoras que abastece a cidade São Luís (MA) causou um colapso no fornecimento a vários bairros da capital maranhense e levou o governo do Maranhão a decretar situação de emergência no abastecimento de água. A medida foi tomada para tentar recuperar, nas próximas semanas, o fornecimento de água a cerca de 300 mil pessoas afetadas com os problemas.
O anúncio do decreto, que vai durar seis meses, foi feito nesta sexta-feira (13) pelo secretário de Estado da Saúde, Ricardo Murad. Como a recuperação total do sistema deve ocorrer apenas daqui a 15 meses, o governo elaborou uma série de ações para minimizar os danos à população dos 23 bairros mais afetados pelo desabastecimento.
Em entrevista coletiva, o secretário anunciou medidas emergenciais para tentar levar água à população atingida. A principal ação será a perfuração imediata de 60 poços para chegar até o sistema e garantir o abastecimento. Os poços vão custar R$ 60 milhões e serão interligados à rede de abastecimento, suprindo parte da carência durante as obras definitivas.
Os poços artesianos serão abertos em locais considerados estratégicos da capital. Os locais onde serão perfurados passaram por estudos geológicos, feitos pela Caema (Companhia de Saneamento Ambiental), para evitar desgastes nos lençóis freáticos.
O investimento previsto para a substituição da adutora que se rompeu é de R$ 130 milhões, e as obras devem começar apenas em março, com conclusão prevista para um prazo mínimo de 15 meses. Nesse período, a população terá que conviver com os racionamentos.
Segundo o Estado, o dinheiro para as obras emergenciais e de recuperação devem sair de cofres estaduais e federais. Na próxima terça-feira (17), o governo vai mandar representantes para uma audiência com o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, para tentar viabilizar recursos federais para as intervenções. Os recursos estaduais para início das perfurações dos poços, na ordem R$ 30 milhões, já estão disponíveis.
Segundo o secretário, quando a nova adutora ficar pronta, as obras emergenciais devem melhorar o sistema abastecimento de água na cidade, acabando com o histórico racionamento de água que ainda existe na capital maranhense, que completa 400 anos em 2012.
O colapso
Segundo o governo, o colapso no abastecimento de água é decorrente dos constantes rompimentos da adutora do sistema Italuís. Construído em 1982, o sistema tinha previsão de ser desativado em 20 anos, mas segue na ativa. A adutora já vinha apresentando problemas ao longo dos meses, mas se agravou nos últimos 15 dias, deixando a população sem água.
Somente este ano, três vazamentos foram registrados. Os dois últimos rompimentos, somados à corrosão da tubulação, reduziram a operação do sistema em 30% --antes, ele operava 7.000 m³/h, mas caiu para 5.040 m³/h. O problema registrado esta semana acarretou em um aumento ainda maior no déficit no abastecimento.
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