Operação remove mais de 128 toneladas de lixo e entulhos da cracolândia
A operação que acontece desde o dia 3 de janeiro na cracolândia, no centro de São Paulo, retirou da região 128,3 toneladas de lixo e entulho concentrados nos casarões abandonados da região, utilizados como abrigo de dependentes químicos.
Seis imóveis da região começaram a ser demolidos nesta quarta-feira (18) após a interdição de mais de 30 considerados irregulares na área. Os estabelecimentos, localizados nas alamedas Barão de Piracicaba e Dino Bueno, rua Helvetia, avenida Rio Branco e largo Coração de Jesus, abrigavam comércios, bares, hotéis e pensões construídas irregularmente.
A ação foi realizada ontem por 250 homens, divididos em 20 equipes, compostas por agentes, engenheiros e agentes de apoio, que contaram com o auxílio de 40 caminhões. As fiscalizações deverão continuar ao longo da semana.
Segundo o último balanço divulgado pelo governo estadual, os agentes de saúde abordaram 2.111 pessoas desde o começo da operação integrada entre órgãos municipais e estaduais, sendo que 92 foram internadas e outras 352 foram encaminhadas para serviços de saúde.
Foram apreendidos no local 3,3 kg de crack –ou cerca de 10 mil pedras–, 15 kg de cocaína e 44 kg de maconha. Entre as 6.242 abordagens policiais, 43 pessoas condenadas foram capturadas e outras 114 foram presas.
Entenda a operação
Localização da cracolândia
A operação policial na região central de São Paulo acontece desde o dia 3 de janeiro para combater o tráfico de drogas e evitar aglomerações de dependentes de crack. Participam da ação policiais e órgãos estaduais e municipais ligados à segurança, saúde e assistência social. Segundo a Secretária de Segurança Pública, a ação não tem prazo para terminar e não tem erros.
Entretanto, reportagens mostraram que o patrulhamento na região começou antes da hora, sem o conhecimento do prefeito Gilberto Kassab (PSD), como ele mesmo admitiu, do governador Geraldo Alckmin (PSDB) e do comando geral da Polícia Militar.
O uso da força foi criticado. Imagens mostraram a Polícia Militar usando balas de borracha e bombas de efeito moral contra os usuários, mas os equipamentos foram proibidos pelo secretário de Segurança Pública, Antônio Ferreira Pinto, depois que as fotos foram divulgadas. O Ministério Público chegou a abrir inquérito para investigar a atuação da PM na operação.
Reportagem do jornal “Folha de S.Paulo”, na segunda-feira (16), mostrou que Kassab e Alckmin decidiram, em 1º de dezembro, pelo uso ostensivo da Polícia Militar na cracolândia. Até então, havia grupos que defendiam prioridade à ação social e de saúde pública. O combate ao tráfico foi posto à frente, pois, para o secretário municipal Januário Montone (Saúde), sem repressão da PM, todos seguiriam "enxugando gelo".
A maior apreensão feita pela polícia até o momento ocorreu na noite de quinta-feira (12), quando uma mulher foi detida com 16 mil pedras de crack que seriam distribuídas na região.
(Com Agência Estado)
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