Topo

Pedagoga de Taubaté (SP) vai depor até a próxima sexta sobre falsa gravidez, diz advogado

Janaina Garcia

Do UOL, em São Paulo

23/01/2012 17h14

A pedagoga Maria Verônica Aparecida César Santos, 25, deve se apresentar à Polícia Civil de Taubaté (SP) até a próxima sexta-feira (27) para depor no inquérito que apura a suposta gravidez de quadrigêmeos. A afirmação é do advogado de Maria Verônica, Enílson de Castro, que na sexta passada (20) anunciou, em uma entrevista coletiva, que a gestação não existia.

Castro disse ao UOL nesta segunda (23) que conversaria ainda nesta tarde com a cliente para acertar a data da apresentação.

Segundo Castro, a própria família de Maria Verônica só teria descoberto que a gravidez era forjada na semana passada. “Ela passou mal, aí uma irmã foi ajudá-la e, ao encostar na barriga, viu que era falsa”, disse Castro. Ele afirma que há cerca de cinco anos o relacionamento entre Maria Verônica e os familiares era distante. “Tanto que, quando a família se aproximou, o cenário do circo já estava armado”, comparou.

Castro atribuiu ao pouco contato com a cliente a falta de resposta não só para o que teria motivado a história falsa, bem como se foi a própria Maria Verônica quem a teria criado. “Hoje eu vou saber –e digo que é uma curiosidade minha como advogado e mesmo como ser humano”, declarou.

Na semana passada, o delegado seccional de Taubaté, Ivahir Freitas Garcia Filho, havia dito que, se comprovadas a farsa e a obtenção de vantagem em detrimento de outros, a pedagoga poderia ser indiciada não só por falsidade ideológica, mas também por estelionato. Hoje, o advogado afirmou tê-la encontrado “muito assustada” com a possibilidade. “Não se sabe o que de fato levou a essa situação, as pessoas têm dificuldade de entender isso, até a família tem. E o assédio que ela está sofrendo é terrível”, afirmou.

Pela polícia, o inquérito tem 30 dias para ser relatado, desde a semana passada. O companheiro de Maria Verônica, Kleber Eduardo Vieira, 37, também deve ser ouvido.

Entenda o caso

Maria Verônica ganhou o noticiário nacional com a falsa barriga –na verdade, de silicone e espuma– exposta principalmente em programas de TV jornalísticos e de entretenimento.

Após uma reportagem da TV Record com um médico que atendeu Maria Verônica, contudo, a gravidez começou a ser contestada e a Polícia Civil resolveu abrir uma investigação.

Um dia depois, uma mulher de Blumenau (SC) acusou Maria Verônica de ter exibido, na realidade, imagens do ultrassom de seu filho divulgadas em um blog.

“Queremos que ela [Maria Verônica] esclareça em depoimento alguns pontos e faça depois o exame para ver se procedem notícias que vimos depois de ela ter anunciado a gravidez e para saber se ela foi beneficiada com algum tipo de doação. Se não está grávida e auferiu vantagem, aí pode-se vislumbrar, em tese, além de falsidade ideológica, também estelionato”, disse o delegado seccional, após a abertura de inquérito.