"Parecia o 11 de Setembro", diz sobrevivente de desabamento no Rio

"Eu tive sorte, parecia o 11 de Setembro, parecia que estavam jogando entulho em cima do telhado. Eu vi uma laje caindo e saí correndo do local. Se eu ficasse, ia cair em cima de mim", este é o relato de Vicente Cruz, entregador de água, que estava em um dos prédios que desabou na noite desta quarta-feira (25) no centro do Rio de Janeiro.

"Esse pó que está na minha roupa é do prédio. Ainda tem muita poeira no meu nariz. Depois que desci, só vi poeira", completa.

Três prédios desabaram por volta das 20h30, um maior na Treze de Maio, com 20 andares; um menor no número 16 da rua Manoel de Carvalho, com 10 andares; e um terceiro entre os dois, pequeno, com quatro ou cinco andares.

Equipes da prefeitura, do Corpo de Bombeiros e da PM estão no local. A Defesa Civil informou que há 11 vítimas, entre mortos e feridos. Cinco pessoas já foram retiradas dos escombros.

Segundo a Secretaria de Saúde, os feridos foram encaminhados ao hospital Souza Aguiar. Há dois homens de 37 anos, um apresenta um ferimento na perna --ele estava no prédio--, e o outro sofreu escoriações leves --estava passando pelo local na hora--, uma mulher de 28 anos sofreu um corte na cabeça e foi encaminhada para o centro cirúrgico. E ainda um homem de 50 anos que sofreu apenas escoriações leves e outra mulher de 31 anos.

Um homem que estava dentro de um dos elevadores do edifício Liberdade conseguiu ser resgatado após entrar em contato com um amigo pelo celular.

A área de isolamento foi ampliada por conta de uma suspeita de vazamento de gás. Funcionários da Secretaria Municipal de Assistência Social montaram uma base nas proximidades da praça da Cinelândia para orientar os parentes das vítimas. Segundo relatos dos bombeiros que estão no local, havia um terceiro prédio de quatro andares --situado entre os dois que desabaram-- que também pode ter caído. Técnicos ainda estão investigando, não há confirmação. A rede de gás da região foi desligada e bueiros próximos foram interditados.

O Centro de Operações Rio informa que a avenida Almirante Barroso está interditada nos dois sentidos entre as ruas Senador Dantas e Rio Branco. A avenida Rio Branco também está interditada no sentido Cinelândia para a passagem dos veículos da PM.

O local fica bem próximo ao Teatro Municipal, que não foi afetado, segundo a presidente Carla Camurati. Dois fiscais do Crea-RJ (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia) estão na rua Treze de Maio, acompanhando os trabalhos da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros. O objetivo é buscar as primeiras informações para detectar as causas do desabamento.