Em nova perícia, brinquedo do Hopi Hari não apresenta falhas mecânicas, diz MP
Uma nova perícia realizada nesta segunda-feira (27) no brinquedo “La Tour Eiffel”, do qual a adolescente Gabriela Nichimura, 14, caiu e morreu na sexta-feira (24), não detectou falhas mecânicas, segundo informou o Ministério Público de São Paulo.
Os promotores Rogério Sanches Cunha e Ana Beatriz Sampaio Silva Vieira acompanharam a vistoria, realizada por peritos do próprio MP e do Instituto de Criminalística (IC).
“Nas várias simulações realizadas nesta segunda-feira o brinquedo não apresentou avaria mecânica”, afirmou, em nota, o MP. A promotoria abriu inquérito civil para investigar a segurança do parque e aguarda a conclusão do laudo da perícia realizada na sexta-feira.
De acordo com o perito criminal Nelson Patrocínio da Silva, se o equipamento de segurança estivesse travado antes de o brinquedo subir ele não teria se soltado durante a descida. "Pelos testes que realizamos, não teria chance de isso acontecer. Mas só o laudo final vai dizer se, no caso dela, o brinquedo saiu destravado [do chão]", afirmou. "O problema pode estar na liberação do brinquedo antes de subir."
Mãe diz que não havia cinto
A mãe da adolescente disse ontem (26) em entrevista ao programa Fantástico, da Rede Globo, que notou a ausência de um cinto na cadeira do brinquedo.
Silmara Aparecida Nichimura disse que estava no brinquedo com a filha e o marido. “Eu falei para a minha filha: ‘Está travado?’ Ela falou: ‘Mãe, está travado'. Só que tem um outro fecho, como se fosse um cinto, e eu observei que o dela não tinha esse fecho", afirmou. “Só que tinha um funcionário do parque no momento e falou para mim: ‘Não tem problema. É seguro’", completou Silmara.
A assessoria de imprensa do Hopi Hari informou que está aguardando o resultado da perícia que vai constatar as causas do acidente.
A mãe de Gabriela disse ainda que não viu o momento em que a adolescente caiu. "Eu ouvi um barulho muito forte e ouvi o grito da minha sobrinha. Não me pergunte como, eu não sei como destravei aquele brinquedo. Só vi quando estava ali, ajoelhada, orando com ela.” Abalada, Silmara lembrou dos momentos com a filha. “A gente saía para comer junto, a gente ia à igreja junto, a gente dançava junto, tudo a gente fazia junto”, disse.
Nesta semana, o delegado Álvaro Santucci Júnior, da delegacia de Vinhedo (a 79 km de São Paulo), que investiga o caso, deve ouvir ao menos três funcionários do parque, além dos familiares de Gabriela. Na sexta, o delegado ouviu três testemunhas que disseram que a menina caiu após a trava do assento em que estava abrir.
Parque fica no interior de SP
Os pais da garota são brasileiros, moram no Japão e passavam férias na casa de parentes em Guarulhos (Grande São Paulo), onde a adolescente foi enterrada no sábado (25).
Acidente
O acidente ocorreu por volta das 10h30 de sexta-feira. A garota foi levada para o hospital Paulo Sacramento, em Jundiaí (SP), mas não resistiu. Ela teve traumatismo craniano seguido de parada cardíaca.
O parque fica no km 72,5 da rodovia dos Bandeirantes. O brinquedo onde ocorreu o acidente tem 69,5 metros de altura, o equivalente a um prédio de 23 andares. Na atração, os participantes caem em queda livre, podendo atingir 94 km/h, segundo informações do site do parque.
Em nota, o Hopi Hari informou que "lamenta profundamente o ocorrido" e que "está prestando toda a assistência à família da vítima e apoiando os órgãos responsáveis na investigação sobre as causas do acidente".
(Com Folha.com)
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