No Maranhão, polícia prende casal acusado de matar e enterrar filho recém-nascido no quintal de casa
Agentes da delegacia do município de Amarante do Maranhão (678 km de São Luís) prenderam um casal acusado de matar o filho recém-nascido e enterrar o corpo no quintal de casa. O caso ocorreu no último domingo (26) na cidade de 38 mil habitantes.
Gilciane Soares Silva, 26, e Osvanildo Maracaípe Alencar, 27, estão detidos na delegacia do município, mas ainda nesta quinta-feira (1º) devem ser transferidos para a delegacia regional, em Imperatriz. A medida será tomada para manter a integridade física de ambos, devido à revolta dos moradores com o crime.
Segundo a polícia, o bebê teria nascido de parto normal, na casa dos pais, e depois assassinado sufocado pela mãe. “O pai encarregou-se de enterrar o corpo no quintal da residência”, afirmou ao UOL o delegado regional de Imperatriz, Francisco de Assis Andrade Ramos.
Segundo Ramos, o casal confessou que a gravidez era indesejada, mas não teve como fazer o aborto durante os nove meses de gestação. Segundo a polícia, em momento algum o casal demonstrou arrependimento de ter cometido o crime.
O corpo do recém-nascido foi encontrado no quintal da casa por peritos do Instituto de Criminalística, retirado do local e levado para o IML (Instituto Médico Legal) de Imperatriz, onde foi submetido à necropsia. Segundo o delegado, o laudo apontou que a causa da morte do bebê foi asfixia mecânica. Familiares já retiraram o corpo do IML e fizeram o sepultamento no cemitério da cidade.
Descoberta
O caso foi descoberto depois que Osvanildo e Gilciane foram ao hospital, sem o bebê, em busca de ajuda médica para retirada de restos de placenta que teriam ficado no útero da mulher. Ao serem indagados pela equipe do hospital, eles disseram que o bebê estava sendo cuidado por uma pessoa da família, mas depois teriam ficado nervosos e deram várias versões sobre o paradeiro do recém-nascido.
“Os médicos chamaram a polícia para ir à residência do casal e não encontraram o bebê, mas depois foram à procura de parentes, que disseram desconhecer a gravidez de Gilciane. A partir daí a polícia começou a desconfiar que o casal tinha culpa no sumiço do recém-nascido e o levou para ser interrogado na delegacia”, informou o delegado.
A polícia afirmou ainda que foi Osvanildo que, no depoimento, confessou o crime e contou detalhes do assassinato. “Depois, a companheira confirmou e disse que a gravidez era indesejada”, completou Ramos.
O casal teve a prisão preventiva decretada pelo juiz Glender Malheiros Guimarães, da Comarca de Amarante do Maranhão, até que o inquérito seja concluído.
Ramos afirmou que, como o crime foi de fácil elucidação, o inquérito deve ser concluído em dez dias. Depois disso, a polícia vai remeter o caso ao Ministério Público estadual, que oferecerá ou não a denúncia à Justiça. O casal vai responder por assassinato duplamente qualificado e ocultação de cadáver.
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