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Vazamento de óleo é detectado perto do campo de Frade, no Rio

Do UOL, em São Paulo

09/04/2012 20h56

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) informou nesta segunda-feira (9) que foi detectado um vazamento de gotículas de óleo a partir do solo marinho do campo de Roncador, que é operado pela Petrobras. Roncador é vizinho do campo de Frade, que fica na bacia de Campos, no litoral fluminense, e é operado pela Chevron –lá ocorreu um vazamento em novembro do ano passado e em março desse ano.

Segundo a agência, até o momento não há identificação de mancha na superfície do mar. A mesma informação foi dada pela Petrobras, em comunicado. “A Petrobras informa que na tarde deste domingo (8), durante inspeção submarina, foi identificada uma exsudação de gotículas de óleo no solo marinho do Campo de Roncador, localizado a 120 quilômetros da costa do Rio de Janeiro e a cerca de 500 metros do limite com o Campo de Frade. Não foi localizada nenhuma mancha de óleo na superfície do mar e amostra das gotículas de óleo foi coletada para análise e identificação de sua origem”, diz na nota oficial.

A ANP disse que resultados sobre o material recolhido devem ser conhecidos em até dois dias. "Foram coletadas amostras do óleo do Campo de Roncador, com o objetivo de identificar a origem do vazamento. Os resultados devem ser obtidos em até 48 horas", afirmou a agência.

Chevron deve resposta, diz presidente da Petrobras

A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, afirmou nesta segunda-feira que a Chevron terá de fornecer uma resposta oficial para um processo aberto sobre o vazamento de petróleo, no ano passado, no campo de Frade.

Segundo a executiva, as duas empresas estão trabalhando juntas para resolver os recentes desafios, após outro vazamento de petróleo ter sido descoberto no leito do mar a poucos quilômetros da região do vazamento de novembro de 2011, no campo de Frade. A Petrobras é parceira da Chevron no local: enquanto a Chevron opera o campo com uma fatia de 51,7%, a Petrobras detém participação de 30% –a fatia restante é controlada pelo consórcio Frade Japão Petróleo Ltda.

Na semana passada, o Ministério Público Federal moveu mais uma ação civil pública contra a Chevron e a Transocean, pedindo uma indenização de R$ 20 bilhões pelos danos ambientais e sociais causados pelo segundo derramamento de óleo. É a mesma quantia exigida no processo anterior contra a Chevron, pelo primeiro vazamento.

"Nós temos tido uma parceria muito boa no Brasil. Mas existem outros operadores, então eles precisam dar as respostas oficiais", disse Graça Foster durante evento na Câmara de Comércio dos Estados Unidos, em Washington.

A Chevron criticou o novo processo, chamando a medida de "absurda" e classificando a indenização de R$ 20 bilhões como arbitrária, sem bases legais.

O vice-secretário de Energia dos EUA, Daniel Poneman, disse que a administração do presidente Barack Obama não comenta assuntos estrangeiros envolvendo empresas privadas norte-americanas, mas trabalha com outros governos para garantir "processos judiciais justos e transparentes".

(Com agências Reuters e Estado)