Após indiciamentos, Hopi Hari diz que acidente foi causado por "falhas humanas"
Do UOL, em São Paulo*
17/04/2012 18h51
Em nota divulgada após o indiciamento de 11 pessoas pela morte da adolescente Gabriela Nichimura, 14, em 24 de fevereiro, a administração do parque de diversões Hopi Hari afirma que irá aguardar a decisão judicial antes de se manifestar. O parque, no entanto, afirmou que o acidente foi uma “fatalidade” causada por uma “série de falhas humanas”.
“O acidente foi uma fatalidade causada por uma série de falhas humanas, cuja responsabilidade individual está sendo apurada”, diz o Hopi Hari. “O indiciamento é um ato provisório da autoridade policial que não significa condenação. Por isso, em respeito a seus profissionais, o parque aguardará a decisão judicial.”
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Os indiciados pela morte da adolescente “negligentes, relapsos, omissos e imprudentes”, segundo conclusão do delegado Álvaro Santucci Júnior, que chefiou o inquérito de quase 500 páginas. A jovem morreu após cair do brinquedo “La Tour Eiffel”, conhecido como elevador.
Funcionários indiciados
No total, 11 pessoas foram indiciadas por homicídio culposo (sem intenção de matar) nesta terça-feira (17). Entre eles estão o presidente do parque, Armando Pereira Filho, o vice, Claudio Pinheiro Guimarães, e nove funcionários ligados aos setores de operação e manutenção dos brinquedos.
Em entrevista coletiva na delegacia de Vinhedo, Santucci afirmou que na véspera do acidente foi realizado um serviço de manutenção do brinquedo e ele foi liberado para funcionar horas antes da ocorrência.
A cadeira ocupada por Gabriela estava há cerca de dez anos inoperante, mas não tinha nenhuma sinalização para alertar os frequentadores. Segundo o delegado, na manutenção de véspera, uma trava de acionamento manual, localizada atrás da cadeira, não foi acionada de volta --era esse dispositivo que impedia o uso do assento. “É um erro grosseiro e que revela imperícia, negligência, despreparo e, em alguns indiciamentos, até omissão”, afirmou o delegado.
Conforme Santucci, os dois representantes da diretoria contribuíram para o homicídio à medida que desrespeitaram artigos do Código de Defesa do Consumidor que dispõe sobre o alerta de periculosidade em relação ao serviço ofertado. “Além de uma manutenção mal feita, se a cadeira estava inoperante há tanto tempo, deveria estar sinalizado sobre isso. Não estava, deveria estar, e a Gabriela teve a infelicidade de conseguir sentar-se nela.”
Sobre os funcionários indiciados --entre os quais três operadores do brinquedo, o supervisor deles, o técnico de manutenção e o gerente-geral de manutenção do parque-- Santucci classificou: “eles foram imprudentes, negligentes e relapsos, uma vez que todos estavam trabalhando”.
(Com reportagem de Janaina Garcia, em Vinhedo)