Topo

PM cumpre desocupação em terreno de Belo Horizonte e cerca moradores

Houve empurra-empurra durante a reintegração de posse, mas não há registro de feridos - Reprodução/Twitter
Houve empurra-empurra durante a reintegração de posse, mas não há registro de feridos Imagem: Reprodução/Twitter

Rayder Bragon

Do UOL, em Belo Horizonte

11/05/2012 12h28Atualizada em 11/05/2012 12h39

A Polícia Militar mineira cumpre nesta sexta-feira (11) um mandado de reintegração de posse de um terreno de 35 mil metros quadrados invadido por famílias na região do Barreiro, em Belo Horizonte. As famílias estão acampadas no local desde o último dia 21.

Aproximadamente 350 famílias estão no local e, segundo informação de um integrante do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas, a situação é tensa já que as famílias decidiram resistir e permanecer no terreno. Ao todo, 400 policiais estão cercando a região. Houve empurra-empurra, mas não há registro de feridos.

“Está aqui um enorme contingente policial, com armamento pesado, com cavalos, cachorros, e até um ‘caveirão’. Aqui a maioria é de mulheres e crianças que não têm para onde ir”, disse a coordenadora Natália Alves. "Um representante da Urbel (Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte) esteve aqui no local, mas não disse como essas famílias serão realocadas. Se elas tiverem que sair daqui, irão para debaixo de ponte”, afirmou.

Segundo a Prefeitura de Belo Horizonte, o terreno pertence ao município e é uma área de preservação ambiental. De acordo com o governo, existe um projeto para transformar o local em um parque ecológico.

Segundo Natália, os policiais iniciaram a retirada dos pertences das pessoas da área invadida. “A polícia vai prender todo o mundo, porque a intenção das famílias é resistir”, afirmou. Segundo ela, os ocupantes do terreno afirmam que há irregularidades na ação de reintegração de posse e dizem já terem recorrido da decisão.

“A desocupação feita pela polícia é ilegal. A tropa de choque está aqui de maneira ilegal porque realizamos um embargo na Justiça. Quando há esse embargo, não é possível realizar a desocupação sem que seja apreciado esse embargo” justificou.

Um oficial do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) da Polícia Militar mineira está em negociação com os ocupantes do terreno.

De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG), o desembargador Elias Camilo, da 3ª Câmara Cível, indeferiu agravo impetrado nesta sexta-feira pelo Ministério Público (MP) contra a ordem judicial de reintegração de posse do terreno ocupado pelas famílas. Sendo assim, está mantida a determinação de desocupação da área.