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Pesquisa do IBGE mostra que Goiânia é referência nacional em infraestrutura urbana

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio

25/05/2012 10h01

Um estudo inédito do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgado nesta sexta-feira (25), mostra que Goiânia é a capital brasileira com os melhores índices de infraestrutura urbana no entorno dos domicílios consultados para o Censo Demográfico 2010.

Por outro lado, Belém aparece na última colocação dos rankings de seis dos oito critérios utilizados pelo instituto --quase metade dos domicílios avaliados na capital paraense possuem esgoto a céu aberto na sua respectiva face de quadra situados --um dos lados de um quarteirão--, por exemplo.

Entre as cidades com mais de 1 milhão de habitantes, Goiânia é a que apresenta maiores incidências de iluminação pública (99,6%), identificação e sinalização de ruas e avenidas (94,1%), presença de meio-fio/guia (77%) e arborização (89,5%).

De acordo com a pesquisadora Maria Luísa Castello Branco, coordenadora do setor de Geografia do IBGE, Goiânia tem uma excelente infraestrutura urbana pelo fato de a cidade "ter sido projetada para ser uma capital estadual".

Em segundo lugar, surge Belo Horizonte, que lidera rankings de outras duas características classificadas pelo IBGE como "desejáveis": pavimentação (98,2%) e calçada (94%).

Já o Rio de Janeiro ocupa o primeiro lugar quando o assunto é a quantidade e a distribuição geográfica de bueiros/bocas de lobo, com 84,6%. Porto Alegre, por sua vez, tem 23,3% de quarteirões adaptados para cadeirantes --18,6% acima da média em todo o país.

  • Arte UOL

Goiânia também é a principal referência nacional nos rankings de menor incidência de lixo acumulado nas ruas (2,6%) e de esgoto a céu aberto (apenas 0,5%; a média nacional é de 11%) no entorno dos domicílios que participaram do Censo 2010.

Em relação a essas duas características, categorizadas pelo IBGE como "indesejáveis", a capital do Estado do Pará estabeleceu os principais resultados negativos: 10,4% (lixo acumulado nas ruas) e incríveis 44,5% (esgoto a céu aberto).

No total, Belém é a pior classificada em oito dos dez rankings estabelecidos pelo instituto na pesquisa sobre infraestrutura urbana no entorno dos domicílios.

As únicas categorias nas quais a capital paraense não se destaca negativamente são "rampa para cadeirantes", onde aparece na 10ª posição entre 15 cidades com mais de 1 milhão de habitantes, e incidência de bueiros/bocas de lobo, onde surge na sétima posição.

Segundo a técnica de geografia Daléa Antunes, que participou da análise dos dados coletados, a situação em Belém pode ser classificada como "preocupante", já que os gargalos referentes aos equipamentos urbanos estão diretamente associados com a "vida cotidiana da cidade".

"Essa pesquisa leva em consideração o dia-a-dia das pessoas, no sentido de analisar como a vida dos cidadãos é prejudicada pela estrutura no entorno dos domicílios. Mas devemos ressaltar que não são características fixas. Uma chuva mais forte, por exemplo, pode espalhar um foco de esgoto a céu aberto, que ganha uma dimensão geográfica maior. Trata-se de um material fluido, uma variável que deve ser observada", explicou.

O estudo

DOMICÍLIOS PESQUISADOS

  • 3.365.859

    EM SP

     

  • 1.883.636

    NO RJ

     

  • 732.868

    EM BH

     

  • 420.227

    EM GOIÂNIA

     

  • 362.981

    EM BELÉM

De acordo com o IBGE, o volume "Características urbanísticas do entorno dos domicílios", um dos segmentos do Censo Demográfico 2010, tem o objetivo de quantificar e especificar a infraestrutura urbana no país, com destaque para aspectos como circulação e meio ambiente.

As informações foram levantadas em praticamente todas as áreas urbanas brasileiras. "Os dados apresentados são estratégicos para a elaboração de políticas públicas, principalmente no nível municipal, servindo de referência para a introdução de novos modelos de gestão do território", avalia a presidente do IBGE, Wasmália Bivar.

Em 2010, 84,4% da população brasileira --que foi estimada em 190.732.694 pessoas, segundo dados do Censo 2010-- ocupavam as áreas urbanas. Os pesquisadores utilizaram como recorte espacial as faces de quadra (quarteirões) no entorno de 96,9% dos domicílios brasileiros.

A meta seria refletir "as condições de circulação nas vias públicas, a infraestrutura urbana disponível e o ambiente onde vivia esta população", de acordo com o instituto.