Topo

Irritado com atraso, presidente da Embratur diz que voos noturnos são "violação dos direitos humanos"

Foto postada pelo presidente da Embratur em sua página no Twitter aponta atraso de duas horas em voo - Reprodução/Twitter
Foto postada pelo presidente da Embratur em sua página no Twitter aponta atraso de duas horas em voo Imagem: Reprodução/Twitter

Aliny Gama

Do UOL, em Maceió

02/07/2012 19h53

O presidente da Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo), Flávio Dino, usou o Twitter para fazer críticas aos voos noturnos no Brasil. Na madrugada de domingo, Dino reclamou do atraso de duas horas no voo JJ3544, que faz a rota Rio de Janeiro (Galeão)/ São Luís – com escala em Fortaleza e Teresina.

Segundo o presidente da Embratur, os voos noturnos, comuns em praticamente todos os aeroportos brasileiros, são uma “violação dos direitos humanos.”

A reclamação veio durante uma crítica ao atraso em um embarque. “Dona TAM, voo de madrugada já é violação dos direitos humanos. E com DUAS HORAS de atraso é o que?? (sic)”.

Além da frase, Dino também postou uma foto do painel com os horários dos voos, onde consta um atraso de 2h03 num voo com destino a São Luís, com embarque previsto 0h40, mas que só foi confirmado às 2h43. Dino, porém, não explicitou de onde partiria o voo.

Dino ainda fez críticas à companhia aérea. “Para completar o caos, a dona TAM ainda coloca ‘assento livre’, ou seja, salve-se quem puder às 3 da manhã. E ainda são cheios de razão. Resta uma perguntinha para a dona TAM: para que o tapete vermelho para os passageiros??”.
Segundo a TAM, o atraso ocorreu devido ao “intenso tráfego aéreo e instabilidade no sistema de check-in da companhia.” O problema, de acordo com a empresa, também causou problemas na marcação dos assentos apenas neste voo operado pela companhia.

Normas da Anac

A reportagem do UOL entrou em contato com a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) para saber se algum passageiro do voo JJ3544 apresentou reclamações ao órgão, mas a agência não confirmou se houve ocorrências contra a TAM.

Em Nota, a agência informou que existe uma resolução sobre a obrigatoriedade de assentos para portadores de necessidades especiais, crianças em berços, crianças desacompanhadas e passageiros acompanhados de cão-guia, mas que as “reservas dos demais assentos seguem a política de cada empresa aérea e está descrita no Contrato de Compra da Passagem Aérea.”

Em relação aos atrasos, a Anac informou que “independentemente do motivo do cancelamento ou atraso do voo, as companhias aéreas devem seguir os direitos e deveres dos passageiros nos casos de cancelamento, atraso e preterição de voo”.

A resolução número 9/2007 determina que, no caso de atrasos a partir de 1 hora, as companhias aéreas devem disponibilizar aos passageiros acesso a internet, telefonemas, e outros meios de comunicação. Em caso de atrasos superiores a 2 horas, os passageiros têm o direito de receber voucher para alimentação. No caso de 4 horas de atraso, a companhia deve fornecer hospedagem e transporte do aeroporto ao local de acomodação.

“Se você estiver no local de seu domicílio, a empresa poderá oferecer apenas o transporte para sua residência e desta para o aeroporto”, informa o manual do passageiro.

Em caso de atrasos superiores a 4 horas, cancelamentos ou preterição de embarque, “a empresa aérea deverá oferecer ao passageiro, além da assistência material, opções de reacomodação ou reembolso”.

A Anac orientou ainda que os passageiros que enfrentarem algum problema a “se dirigir, primeiramente, à companhia aérea com a qual contrataram o serviço. Se o problema persistir ou o usuário não se sentir contemplado em seus direitos, deve recorrer à Anac, que mantém uma central de atendimento telefônico gratuito que funciona 24h com atendimento em português, inglês e espanhol”. O número é 0800 725 4445.