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Justiça determina evacuação de condomínio e shopping na Tijuca após obra irregular

Rodrigo Teixeira

Do UOL, no Rio

02/08/2012 17h18

Por determinação da Justiça, um condomínio residencial e um shopping da Tijuca, na zona norte do Rio de Janeiro, têm prazo de 15 dias para serem evacuados por causa dos riscos causados por uma obra que foi considerada irregular pela Defesa  Civil.

Decisão da juíza Adriana Souto, da 37ª Vara Cível do Estado do Rio de Janeiro, com base em laudo da Defesa Civil, diz que o condomínio pode desabar por causa de obras irregulares realizadas no estacionamento do condomínio e que cortaram vigas de concreto.

Em março deste ano, a Justiça embargou a obra. Na manhã desta quinta, integrantes da Defesa Civil estiveram no prédio para verificar a situação da obra. O secretário municipal da Ordem Pública, Carlos Osório, acompanhou o trabalho dos técnicos. 

“Não há risco de desabar. A Defesa Civil determinou que não existe risco iminente de desabamentos, mas a obra é absolutamente irregular. A decisão judicial foi importante. Em 15 dias os responsáveis pela obra terão que recompor o que foi alterado na estrutura para afastar qualquer problema”, disse o secretário.

O presidente do Crea-RJ (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro), Agostinho Guerreiro, esteve no condomínio e informou que ao que compete à entidade fiscalizar, a obra realizada no local está legal, mas fez ressalvas quanto a alguns aspectos.

“Houve uma fratura em uma das colunas, ocorreu em uma estrutura secundária, e pelo fato de ser em uma área secundária, na área do playground, não há risco de queda. Mas é preciso fazer um laudo definitivo”, disse Guerreiro.

Em nota, a assessoria do Crea-RJ informou que o órgão convocará, nas próximas semanas, os profissionais envolvidos na realização das obras no shopping para apurar possíveis irregularidades na execução do projeto.  

Comércio afetado

No início da tarde, a reportagem do UOL esteve no local, e as cerca de cem lojas que compõem o Tijuca Off Shopping abriram normalmente. A cabeleireira Ingrid dos Santos, 25, que trabalha em um dos salões de beleza que ficaram vazios no início da tarde desta quinta, disse estar apreensiva.

“Eu preciso trabalhar, nada de pânico, já passou o susto. Se a Defesa Civil veio aqui e avaliou, não entendo o motivo pelo qual a Justiça não volta atrás dessa decisão. Espero que volte tudo ao normal, quem tiver hora marcada será atendida, espero não ter que fechar as portas”, disse Ingrid.

Roberto Vasconcellos, 68, morador do local há 15 anos, criticou a forma de como a obra vem sendo conduzida. “Surpreendeu a maneira como foi feita a obra. Eu conheço aqui como a palma minha mão, o que acontece é que temos uma obra totalmente irregular, à revelia. Há  irregularidades há anos. Ignoram que pagamos codomínio”, disse o morador.