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Universitária de classe alta é presa no RS com ecstasy em carro avaliado em R$ 70 mil

Lucas Azevedo

Do UOL, em Porto Alegre

17/09/2012 17h50

Uma universitária de 18 anos foi presa em flagrante na tarde desse sábado (14) em Caxias do Sul (134 km de Porto Alegre), no Rio Grande do Sul, suspeita de tráfico de drogas. De classe alta e a bordo de um carro Hyundai Veloster avaliado em cerca de R$ 70 mil, ela foi abordada em uma estrada na serra gaúcha com 24 comprimidos de ecstasy.

Ketlin Mattana é estudante de Engenharia Civil e pertence a uma tradicional família da serra gaúcha. Por volta das 18h desse sábado, ela foi abordada por patrulheiros da PRF (Polícia Rodoviária Federal) na BR-453. Ao revistarem o veículo que a jovem conduzia, eles encontraram a droga acondicionada em uma caixa de balas dentro de sua bolsa.

Segundo o inspetor da PRF Leandro Baía, polícia chegou até o veículo após receber uma denúncia anônima sobre o tráfico da droga sintética em uma festa no distrito de Fazenda Souza.

Junto com Ketlin estavam duas adolescentes. Uma delas é alemã e está no Brasil fazendo intercâmbio. Porém, a universitária inocentou as amigas, que foram liberadas.

Cela comum

Apresentada em uma delegacia da Polícia Civil, Ketlin optou por ficar em silêncio. Ainda no sábado, ela foi levada à Penitenciária Industrial de Caxias do Sul, onde permanece em uma cela comum com outras detentas, a maioria presa por tráfico.

Segundo o advogado de Ketlin, Airton Barbosa de Almeida, um pedido de soltura já foi feito, alegando que houve ilegalidade na homologação do flagrante feito pela Justiça. Na ocasião, conforme alega o defensor, o juiz de plantão pediu também a busca e apreensão no apartamento da universitária e na casa de sua mãe, na cidade de Flores da Cunha.

Almeida entende que a cliente seja usuária, e não traficante. "Ela não é uma patricinha, como a imprensa está chamando. Possui inúmeros cursos, faz faculdade. Ela passou por um drama familiar recentemente. Por isso e pela sua condição financeira, acredito que ela seja usuária. Mas isso será esclarecido em audiência com o juiz”, afirmou.

Assassinato

No dia 24 de julho do ano passado, Ketlin perdeu o pai, Reni Mattana, 47, proprietário da factoring RKL Fomento Mercantil. Para a polícia, um empresário que devia R$ 600 mil a Mattana o assassinou por não estar conseguindo pagar a dívida.

Mattana foi encontrado morto por familiares no apartamento que funcionava como seu escritório, no bairro Jardim América, em Caxias do Sul, com quatro tiros no peito. Não havia sinais de arrombamento na cena do crime, o que afastou a possibilidade de assalto.