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Dona de creche clandestina em Itápolis (SP) onde bebê morreu é irmã de vice-prefeito

Itápolis está a 365 km de São Paulo - Arte/UOL
Itápolis está a 365 km de São Paulo Imagem: Arte/UOL

Fabiana Marchezi

Do UOL, em Campinas

21/09/2012 14h47

A creche clandestina onde um bebê de dez meses morreu em julho deste ano, em Itápolis (365 km de São Paulo), é da irmã do vice-prefeito da cidade. Em reportagem publicada pelo portal sobre o acidente, a prefeitura informa desconhecer sobre o funcionamento da creche.

Tereza Kawachi, dona do estabelecimento e suposta babá, é irmã de José Luiz Kawachi (PSDB), o “Zequinha”, vice-prefeito de Itápolis. Procurado pelo UOL, o vice-prefeito confirmou o parentesco com a babá e disse saber que a irmã cuida de crianças. Entretanto, não soube dizer por que, na época, a prefeitura informou desconhecer sobre o funcionamento do estabelecimento.

“Tenho 15 irmãos e não acompanho a vida profissional deles. Sabia que ela cuidava de crianças na casa dela, mas nunca frequentei regularmente o local. Não era uma creche, ela é apenas uma babá”, disse o vice-prefeito.

Investigação

O inquérito policial sobre o caso, investigado como morte suspeita, continua em andamento. O delegado titular da cidade, Edno Correa, disse que continua ouvindo testemunhas e que ainda aguarda o resultado do laudo com a causa da morte do bebê.

Os pais da criança já prestaram depoimento. “Já pedimos uma prorrogação para aguardar o laudo e continuamos ouvindo as testemunhas. O inquérito só será concluído depois que tudo estiver esclarecido”, disse o delegado.

O caso

Uma menina de dez meses morreu dentro de uma creche clandestina da cidade, em 23 de julho deste ano, enquanto estava sob os cuidados da babá, que, segundo a prefeitura, mantinha a creche sem alvará de funcionamento e cobrava mensalidade de R$ 350 por criança.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, acionado para socorrer o bebê, na ocasião o marido da babá contou que a menina tomou leite e foi colocada para dormir em um berço. “Quando a mulher que cuida das crianças foi ver se estava tudo bem, percebeu que a menina não estava mais respirando”, informou um bombeiro que preferiu não se identificar.

O bebê foi levado para o hospital municipal, mas não resistiu. Ainda segundo o bombeiro, a principal suspeita é de que a menina tenha se afogado com o próprio leite. O corpo dela foi sepultado no dia seguinte.