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Vereadores aprovam projeto que obriga "velório virtual" em cemitérios públicos de Campinas (SP)

Fabiana Marchezi

Do UOL, em Campinas

18/10/2012 15h31

Os vereadores de Campinas (93 km de São Paulo) aprovaram por unanimidade nesta quarta-feira (17), em segunda discussão, o projeto que obriga a implantação do serviço de “velório virtual” em todos os cemitérios públicos da cidade.

De acordo com o vereador Francisco Sellin (PMDB), autor do projeto, a ideia é permitir que as pessoas que estão longe e não podem comparecer para prestar as últimas homenagens sintam-se próximas dos amigos ou familiares nesse momento de dor por meio da transmissão da cerimônia via internet, com câmeras instaladas no local e envio de mensagens aos presentes.

Sellin disse que esse é o tipo de projeto que nem precisaria ser tratado como lei, mas já que, segundo ele, a prefeitura não teve a iniciativa, ele usou o modelo de dois cemitérios particulares do município e elaborou o texto do projeto.

"Assim vira lei e as pessoas tomam as devidas providências. O objetivo é ajudar alguém que esteja distante, perdeu a mãe ou pai e não conseguiria chegar a tempo para dar o último adeus." A pessoa interessada em acompanhar o velório virtual terá acesso às imagens a partir de senha exclusiva, desde que os parentes da vítima autorizem.

Apesar de não ter noção do valor gasto para a implantação do serviço, o vereador disse que o custo não é alto e que o cemitério da Saudade pode ser um dos primeiros a receber o novo serviço. O projeto estava em tramitação desde abril do ano passado. Agora, o prefeito Pedro Serafim (PDT) terá 15 dias para sancioná-lo ou vetá-lo.

R$ 75 mil

Segundo Antonio Marchini, que administra os dois cemitérios que já oferecem o serviço na cidade - Aleias e Flamboyant -, a implantação de um modelo simples para gravação custa, em média, R$ 75 mil. "O mais caro é a implantação. A mensalidade para manutenção do provedor do site que disponibiliza as imagens é baratinha”, disse Marchini.

No caso dos dois cemitérios, cada sala tem duas câmeras, uma geral e outra sobre o falecido. Marchini disse que apenas cerca de 5% da média mensal de 120 sepultamentos nos dois cemitérios opta pelo serviço. O diferencial é oferecido gratuitamente pelos dois estabelecimentos há mais de dois anos.