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Réu do caso Bruno, Bola é atendido em hospital mineiro após reclamar de dores no peito

Ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, é conduzido no fórum de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte - Alex de Jesus/O Tempo/Estadão Conteúdo
Ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, é conduzido no fórum de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte Imagem: Alex de Jesus/O Tempo/Estadão Conteúdo

Rayder Bragon

Do UOL, em Belo Horizonte

24/10/2012 19h30

O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, acusado de ser o executor de Eliza Samudio, foi levado nesta quarta-feira (24) a uma unidade de pronto-atendimento da cidade de Contagem (MG) após ter reclamado de dores no peito.

Bola estava no Fórum da cidade onde participaria de uma audiência de julgamento na qual é acusado de ter assassinado um homem na localidade mineira em 2000.

A audiência foi cancelada e remarcada para o dia 5 de novembro por conta da ausência do advogado do ex-policial, que afirmou ter tido uma audiência em Mato Grosso, na mesma data, e que não poderia comparecer ao local.

Segundo a Secretaria de Estado de Defesa Social, Bola foi levado por uma ambulância do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) à Unidade de Pronto-Atendimento Sede (UPA). A escolta foi feita por agentes penitenciários.

Na unidade hospitalar, o ex-policial foi submetido a exames que não constataram nenhum problema com ele, que ficou em observação das 14h às 17h, segundo informação repassada pela Secretaria de Saúde de Contagem. Após a alta médica, Bola foi levado de volta à penitenciária Professor Jason Soares Albergaria, situada na cidade de São Joaquim de Bicas, na região metropolitana de Belo Horizonte.

Em fevereiro deste ano, ele havia passado mal na penitenciária e precisou ser levado à Unidade de Atendimento Imediato (UAI) Sete de Setembro, situada na cidade de Betim, na região metropolitana da capital mineira, onde foi atendido por uma cardiologista.

Na época, o ex-policial teria passado mal, durante a madrugada do dia 17, e a suspeita era a de um princípio de enfarte.

Embora um exame de eletrocardiograma tivesse indicado o quadro de enfermidade, as alterações não foram significativas. Exames de sangue feitos também não mostraram alterações, segundo o hospital. Bola teve alta ainda pela manhã do dia 17.

Júri popular

Bola seria julgado hoje, no Fórum Doutor Pedro Aleixo, em Contagem (MG), acusado da morte de um homem na mesma cidade.

Porém, o início do júri popular foi adiado para o dia 5 de novembro em razão de o advogado de defesa dele não ter comparecido à audiência do júri popular.

Fernando Costa Magalhães, defensor de Bola, alegou, por meio de uma petição, que estava no Estado do Mato Grosso por causa de uma audiência. A juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, apesar de ter dito que enxergou "má-fé" e "manobra protelatória" da defesa do réu, postergou a audiência para o mês que vem. Segundo a promotoria, o advogado Fernando Magalhães já teria ciência de que a audi ência no Mato Grosso havia sido cancelada e, que mesmo assim, ele tinha opção de dois voos para retornar a Minas Gerais antes do início da audiência.

Ainda no início da sessão de julgamento, Marcos Aparecido dos Santos pediu a revogação de procurações dos demais advogados, afirmando que seu único defensor seria Magalhães.

A promotoria disse ter visto uma manobra da defesa para adiar o júri popular do ex-policial. A juíza multou o advogado de Bola em 30 salários mínimos (R$ 18,6 mil), dando prazo de 20 dias para ele pagar, e nomeou um defensor público para que não haja mais o risco de ele não aparecer na nova data marcada. O advogado não foi encontrado para comentar o assunto.

Bola e o goleiro Bruno, além de mais três réus, vão a júri popular no dia 19 de novembro pelo sumiço de Eliza Samudio. O local será o mesmo da audiência adiada nesta quarta.