Júri popular condena a 19 anos de prisão acusado de assassinar universitária em Londrina (PR)
Foi condenado a 19 anos de prisão Luiz Vieira Rocha, 38, o terceiro e último réu no caso Amanda Rossi, estudante morta em 2007 no campus de uma universidade particular de Londrina (388 km de Curitiba). O julgamento terminou às 3h30 da madrugada desta quinta-feira (1º), depois de 18 horas de debates e depoimentos. A pena foi determinada pela juíza Elizabeth Kather, que acatou a decisão dos sete integrantes do júri popular.
Segundo o relato da juíza, os fatos apontaram para os argumentos da promotora Suzana Feitosa de Lacerda: homicídio triplamente qualificado, usando meio cruel (asfixia), sem chances de defesa e movido pela promessa de pagamento em dinheiro para cometer o crime.
“A participação dele foi considerada menos grave em relação aos outros [acusados], mas não menos importante”, disse a promotora durante entrevista coletiva à imprensa, lembrando que outros dois réus foram condenados a mais de 20 anos de prisão.
Preso na Penitenciária Estadual de Londrina desde 2008, Vieira aguardava júri popular depois que o caso foi desmembrado em outubro do ano passado. O julgamento contou com diversos depoimentos, entre eles de dois peritos do Instituto de Criminalística e de um vigia noturno que teria ouvido a confissão de um dos criminosos em um posto de gasolina. Uma testemunha de defesa não compareceu.
A advogada Cássia Vieira Rocha, irmã e representante do acusado, acompanhou os depoimentos junto com a promotora Suzana e tentou desqualificar a acusação afirmando que a investigação foi “confusa e tendenciosa”.
O caso
O crime ocorreu em 27 de outubro de 2007 e provocou revolta e protestos na cidade. Amanda foi levada por três pessoas até a casa de máquinas da Universidade Norte do Paraná (Unopar), que fica na zona sul de Londrina, onde foi morta.
Pouco mais de um ano depois, em dezembro de 2008, a polícia prendeu Dayane de Azevedo, 27, que delatou Vieira e Alan Aparecido Henrique, 29. Dayane, que desacordou a vítima com uma pancada na cabeça antes da asfixia, foi condenada a 24 anos de reclusão por homicídio triplamente qualificado. Já Alan Henrique pegou 21 anos de prisão por homicídio duplamente qualificado.
O caso levantou diversas polêmicas nos últimos cinco anos. Na época do crime, um ex-colega da universitária chegou a ser preso por confessar a autoria do assassinato. Investigações mostraram que ele havia forjado sua possível autoria, e a Justiça acabou liberando o rapaz.
“Ainda tem o processo que investiga o mandante do crime”, disse o pai de Amanda, Luiz Rossi, que acompanhou as 18 horas de julgamento. Até o momento, investigações apontam que houve um mandante, mas a polícia ainda não conseguiu identificar de quem teria partido a ordem para matar a estudante.
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