Réu no caso Bruno, julgamento de Bola é suspenso e será retomado nesta terça-feira (6)
A juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues suspendeu nesta segunda-feira (5), às 22h30, o primeiro dia do julgamento do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, acusado da morte do ex-carcereiro Rogério Martins Novelo, em 2000, na cidade de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte.
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Os trabalhos, de acordo com decisão da magistrada, que preside o 1º Tribunal do Júri de Contagem, serão retomados nesta terça-feira (6), a partir das 9h. O júri foi formado por cinco homens e duas mulheres, escolhidos por sorteio. Eles ficarão isolados sem comunicação entre si em um hotel da cidade.
Durante a audiência desta segunda-feira, foram ouvidas três testemunhas, sendo duas arroladas pelo Ministério Público (MP) e uma pela defesa. O ex-delegado Edson Moreira seria ouvido como testemunha da defesa, mas o depoimento foi adiado para amanhã. Ele chefiou as investigações sobre o sumiço de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno Souza e era responsável pelo Departamento de Investigações de Minas Gerais.
Bola chegou a chorar em momentos da audiência, que foi acompanhada por familiares dele, e realizada no salão do tribunal do júri do Fórum Pedro Aleixo, localizado na cidade mineira.
O réu também é apontado como o executor de Eliza Samudio. Por essa acusação, o ex-policial vai a júri popular, juntamente com o jogador e mais três réus, no dia 19 deste mês, no mesmo local.
Reconhecimento
Uma das testemunhas do crime pelo qual Bola começou a ser julgado hoje, a irmã do homem morto, havia reconhecido o ex-policial quando começaram a ser veiculadas imagens dele nas emissoras de televisão e jornais em razão da repercussão do caso Eliza Samudio. O MP sustenta que Bola fora contratado para matar o homem, mas o órgão e a Polícia Civil mineira não souberam determinar a motivação do assassinato.
A defesa havia pedido a nulidade do processo em razão de a testemunha-chave ser a irmã da vítima e o reconhecimento de Bola feito por ela ocorreu mais de dez anos depois do crime.
O advogado Ércio Quaresma, um dos defensores de Bola, afirmou que o júri popular do cliente, nesse caso, é uma “falácia”.
Segundo, ele, testemunhas disseram, à época do crime, que o atirador era um homem negro, de 1,80m. “O Marcos Aparecido dos Santos é então uma metamorfose, porque ele é branco”, disse o advogado.
Pedido de adiamento
Adiada do dia 24 do mês passado para esta segunda-feira (5), a audiência do júri popular de Bola foi alvo de tentativa de novo adiamento pelos advogados de defesa. Eles alegaram que ao menos mil páginas foram juntadas ao processo, no final de outubro, sem que os advogados tivessem tempo hábil, estabelecido pela lei, para analisá-las.
A defesa de Bola queria também a inclusão de vídeos no processo sobre o sumiço de Eliza Samudio e também o adiamento pela falta de uma testemunha do caso. No entanto, a juíza indeferiu os pedidos.
Ela ainda manteve a multa, de 30 salários mínimos ao advogado Fernando Magalhães pela ausência na audiência do dia 24, que havia sido cancelada por esse motivo. Na ocasião, por meio de uma petição, o advogado havia afirmado que estava em uma audiência no Mato Grosso, na mesma data, e não poderia estar presente em Contagem.
No início da sessão, o réu afirmou que os advogados Ércio Quaresma e Zanone Júnior voltaram a defendê-lo, ao lado de Fernando Magalhães.
Magalhães havia entrado com pedido, no último dia 31, para que a juíza fosse retirada do caso porque, na visão da dos advogados, a magistrada teria emitido opinião pessoal sobre o trabalho da defesa, no dia 24 de outubro, quando a sessão foi adiada. A juíza indeferiu liminarmente o pedido, que seguiu para Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG), mas ainda não foi apreciado pelos desembargadores.
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