"A juíza é soberana, não adianta brigar com ela", diz advogado remanescente do ex-goleiro Bruno
O advogado Francisco Simim, defensor do ex-goleiro Bruno Fernandes, criticou a maneira "agressiva" com que outros advogados se portaram no primeiro dia de julgamento do atleta e mais quatro réus, acusados do sumiço de Eliza Samudio, ex-amante de Bruno.
Segundo Simim, as táticas até fazem parte das estratégias das defesas dos réus, mas que via a juíza como “soberana”. “A juíza é soberana. Não adianta brigar com ela. Tem que ir para o Tribunal [de Justiça de Minas Gerais – TJ-MG] se não concordar com ela”, afirmou.
Simim deu mostras de que vai tentar iniciar uma relação mais cortês com a juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, do 1º Tribunal do Júri de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. A magistrada conduz o julgamento do ex-atleta e mais dois réus --inicialmente, eram cinco réus.
Ele é o defensor remanescente do ex-atleta e defenderá, ao lado de Tiago Lenoir Moreira, novo advogado constituído pelo ex-goleiro na manhã desta terça-feira (20), o ex-goleiro.
Rui Pimenta foi destituído hoje por Bruno, que alegou ter tido “insegurança” na condução de sua defesa por Pimenta.
Os advogados que mais criticaram o trabalho da juíza foram Fernando Magalhães, Ércio Quaresma e Zanone júnior, trio que defende o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, acusado de ser o assassino de Eliza Samudio.
Eles abandonaram o plenário nesta segunda-feira (19), primeiro dia do júri popular dos réus, alegando cerceamento de defesa.
A defesa afirmou que vai entrar com reclamação contra a juíza no Conselho Nacional de Justiça (Conselho Nacional de Justiça), além de recorrerem ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) para tentarem se manter na defesa do réu. Assim, a juíza desmembrou o julgamento de Bola, que será feito em uma data ainda não revelada.
“Eu sempre fui mais ponderado. O clima ontem, depois do que ocorreu, já ficou mais ameno”, resumiu Francisco Simim, refereindo-se à saída dos colegas do plenário do salão do júri.
Ele ainda rebateu crítica feita pelo assistente de acusação José Arteiro Cavalcante, que afirmou ser o oponente pouco experiente em júris populares.
“Vamos ver o resultado, ele vai falar isso. Dessa envergadura é o primeiro, mas já fiz centenas de júris”, declarou.
Negativa do homicídio
Simim afirmou que vai continuar na linha de defesa traçada por Rui Pimenta, que recuou e afirmou não ter havido o assassinato de Eliza Samudio.
“Quem acusa tem que fazer prova. O Ministério Público não está conseguindo provar absolutamente nada”, afirmou.
Ele afirmou que a população brasileira acredita na inocência do ex-goleiro e “pede” um corpo à Polícia Civil mineira e ao Ministério Público.
“Eles querem um corpo da pessoa que está desaparecida”, aludindo a uma das lacunas do caso.
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