Após 14h de sessão, Macarrão inicia interrogatório e diz que contará a verdade
Depois de aproximadamente 14 horas do início da sessão desta quarta-feira (21) do júri do caso Eliza Samudio, o réu Luiz Henrique Romão, o Macarrão, começou a depor. Espécie de faz-tudo do ex-goleiro Bruno Fernandes, Macarrão é acusado pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado e ocultação de cadáver.
Logo no início do interrogatório, Macarrão prometeu declarar à juíza Marixa Fabiane tudo o que sabe sobre o desaparecimento de Eliza Samudio.
"Hoje vou falar para a senhora tudo o que a senhora quiser. Vou esclarecer todas as verdades sobre os fatos", disse.
Ainda segundo Macarrão, ele não pôde esclarecer elementos do caso à juíza anteriormente porque seus antigos advogados "não deixaram".
"Primeiramente, quero falar pra senhora que hoje tô tendo a oportunidade de falar perante a senhora, porque naquele momento meus advogados não deixaram, meus ex-advogados (sic)", disse o réu.
Em sua fala, Macarrão disse ainda que não é "esse monstro que pintaram".
Questionado pela juíza se as denúncias são verdadeiras, Macarrão respondeu: "em partes é, né (sic)".
O depoimento dele é cercado por expectativas quanto à possibilidade dele confessar a morte de Eliza Samudio. O promotor Henry Castro crê que isso possa ocorrer e disse, mais cedo, que o caso terá uma reviravolta.
José Arteiro, advogado de Sônia Moura, mãe de Eliza Samudio, afirmou mais cedo que houve um acordo com a defesa de Macarrão para que ele confesse o crime e, por conta disso, receba uma pena menor.
VEJA O QUE É APRESENTADO NO JULGAMENTO DOS ACUSADOS
RÉU | ACUSAÇÃO | O QUE DIZ O MP | O QUE DIZ A DEFESA |
BRUNO * | Responde pelos crimes de sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver | Mentor e mandante da morte de Eliza, ameaçou-a de morte durante a gravidez. O goleiro determinou que Eliza fosse sequestrada e levada a sua casa, no Rio de Janeiro. Acompanhou o deslocamento de Eliza, já sequestrada e ferida na cabeça após receber coronhadas, para Minas | Nega a existência do crime. Eliza não foi morta porque não há corpo. Anteriormente, havia reconhecido a morte de Eliza, mas sem a participação, concordância ou o conhecimento do goleiro. A atribuição do crime havia sido dada a Macarrão, insinuando que o ex-braço direito nutria um “amor homossexual” pelo jogador |
MACARRÃO | Responde pelos crimes de sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado, e ocultação de cadáver | Também ameaçou Eliza durante a gravidez e foi o responsável pelo sequestro da moça no Rio de Janeiro. Foi o motorista do carro, com Eliza e o filho, na viagem para Minas Gerais. Dirigiu o veículo que transportou a moça até a casa de Bola. Amarrou as mãos de Eliza e desferiu chutes nas pernas da moça | Não existem provas materiais do crime de homicídio. Ele declarou que, Para evitar “especulações”, não adianta detalhes da estratégia de defesa a ser adotada |
BOLA* | Responde pelos crimes de homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver | Executor de Eliza, estrangulou a jovem dentro de casa, em Vespasiano. Esquartejou o corpo da mulher e atirou uma das mãos a cães rottweiler. Foi incumbido de desaparecer com o corpo | Nega as acusações e afirma que apresentará “prova cabal” aos jurados, durante o julgamento, da inocência de Bola |
DAYANNE * | Responde pelos crimes de sequestro e cárcere privado da criança | Participou da “vigilância” feita sobre Eliza e o filho no sítio do goleiro em Esmeraldas, apontado pela polícia como o cativeiro de Eliza antes de sua morte. Sabia do plano para matar a ex-amante do jogador. Tentou desaparecer com o filho de Eliza, localizado posteriormente pela polícia em Ribeirão das Neves | Nega que Dayanne soubesse do plano para matar Eliza, ela apenas cuidou da criança depois de um pedido do ex-marido. Sobrevivência do filho de Eliza se deu graças a Dayanne |
FERNANDA | Responde pelos crimes de sequestro e cárcere privado de Eliza e do filho dela | Outra ex-amante de Bruno, auxiliou Macarrão a manter Eliza dentro da casa do goleiro no Rio antes da viagem para Minas. Cuidou do filho de Eliza nesse período e acompanhou Bruno e Macarrão na ida para Minas. Sabia da intenção do grupo de matar Eliza | É inocente, não sabia de nenhum plano para matar Eliza. Não presenciou um cenário que remetesse ao crime atribuído a ela. A viagem a Minas Gerais com o goleiro havia sido programada um mês antes do crime. Não notou ferimentos em Eliza |
- * Os advogados de Bola abandonaram o julgamento. Como Bola recusou a indicação de um defensor público, ele deverá ser julgado em outro momento. Bruno também adotou a mesma tática e conseguiu adiar o seu julgamento e de sua ex-mulher Dayanne
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