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Megaoperação com 600 policiais prende quatro quadrilhas de tráfico de drogas em Porto Alegre

Polícia Civil do Rio Grande do Sul apreende mil munições de diversos calibres, balanças de precisão, coletes à prova de balas e rádios comunicadores durante megaoperação em Porto Alegre - Divulgação
Polícia Civil do Rio Grande do Sul apreende mil munições de diversos calibres, balanças de precisão, coletes à prova de balas e rádios comunicadores durante megaoperação em Porto Alegre Imagem: Divulgação

Do UOL, em Porto Alegre

10/12/2012 14h06

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul prendeu 12 pessoas durante megaoperação na manhã desta segunda-feira (10) na zona leste de Porto Alegre. Seiscentos agentes divididos em 250 carros e um helicóptero desbarataram quatro quadrilhas rivais que dividiam o comércio de entorpecentes no bairro Lomba do Pinheiro. Durante as investigações, que duraram um ano, outros 16 suspeitos foram presos, resultando em 28 prisões.

Ainda era madrugada quando as equipes da polícia entraram no bairro distante do centro da capital para cumprir 40 mandados de busca e apreensão. Conforme a polícia, 50 bocas de fumo foram fechadas, resultando em um saldo de seis veículos apreendidos, cerca de um quilo de cocaína, 13,5 mil pedras de crack, cinco quilos de maconha, além de mais de mil munições de calibres 556 e 762 de fuzil, .380 .40 e .45, 38 e 32. Balanças de precisão, coletes à prova de balas e rádios comunicadores também foram encontrados.

Conforme o titular da 1ª Delegacia de Investigação ao Narcotráfico do Denarc (Departamento Estadual de Investigação do Narcotráfico), delegado Mário Souza, as quadrilhas conviviam entre si e dividiam o tráfico na região.

Nesse um ano de investigação pudemos perceber que o tráfico era pulverizado, violento, com quatro células principais. Se alimentavam do mesmo fornecedor de armas, mas mantinham relação de inimigos cordiais." Os traficantes mantinham postos de observação e cobravam pedágio em determinados pontos do bairro. "Eles abordavam, faziam perguntas e cobravam dinheiro para você seguir seu destino."

Apreensões

Além disso, expulsavam moradores de suas casas para instalar bocas de fumo. Essas irregularidades geraram cerca de 300 denúncias à polícia feitas pela comunidade nos últimos meses. Ente janeiro e outubro deste ano, 21 homicídios e 2.000 crimes dos mais variados foram registrados na região, a maioria com ligação direta com o tráfico de drogas.

Um dos líderes do comércio de entorpecentes no bairro, o traficante conhecido como "Dedo", comandava o tráfico de dentro de casa, em prisão domiciliar. "Ele se impunha de forma muito agressiva e, hoje, tivemos a felicidade de efetuar a prisão dele. Ele estava em prisão domiciliar, traficando crack, cocaína e maconha em sua residência, que era ponto de tráfico. Durante sua prisão, ele continuava comandando o tráfico na região."

A operação, denominada Pax (paz, em latim), marcou a estreia do helicóptero da Polícia Civil gaúcha, recebido dia 28 de novembro. A aeronave custou R$ 8,5 milhões; 98% de seu valor foi pago pelo governo federal.